Confira como foi o Encontro Estadual dos Trabalhadores do Banco do Brasil
PACTU
O Encontro Estadual dos Trabalhadores do Banco do Brasil foi realizado nos dias 19 e 20 de abril. Na sexta-feira (19), uma abertura conjunta, por videoconferência, reuniu participantes dos dois bancos públicos: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, para traçar uma análise de conjuntura econômica e política. Já no sábado (20), os delegados se encontraram presencialmente no Master Hotel, em Curitiba, para debater as reivindicações específicas por banco. O evento integrou o calendário de Encontros Estaduais de Trabalhadores dos Bancos Públicos e Privados, promovidos pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) durante toda a semana passada.
Abertura conjunta
Na abertura conjunta, os representantes dos trabalhadores destacaram a importância da mobilização dos funcionários e funcionárias do Banco do Brasil para o sucesso da Campanha Nacional dos Bancários 2024. “Nós temos toda uma pauta de reivindicações, que busca resgatar direitos e repor as perdas que tivemos com o arrocho salarial sofrido desde o golpe contra a presidenta Dilma. Então, nossa expectativa não é pequena!”, destacou a representante do Paraná na Comissão de Funcionários do BB, Ana Smolka. Ela também lembrou que as greves estão na pauta da sociedade, já que são um importante instrumento de luta e conquistas da classe trabalhadora.
João Paulo Pierozan, representante do Paraná na CEE/Caixa também citou os efeitos nefastos da Reforma Trabalhista de 2017 e lembrou que esta será a primeira campanha salarial da categoria após a retomada do governo popular democrático, apesar do Congresso Nacional extremamente conservador. “Nesse cenário, nosso objetivo será a preservação dos direitos dos bancários e a busca por novas conquistas. Precisamos garantir valorização e melhores condições de trabalho para a categoria. E, para isso, é fundamental construir uma boa pauta de reivindicações, para ser entregue aos bancos”, apontou.
“Passados dois anos, temos o desafio de renovar nossos acordos, em um cenário bastante conturbado. Na Caixa, vivemos mais uma tentativa de privatização, com a criação de subsidiárias. No BB, os trabalhadores sofrem com cobranças excessivas e assédio moral”, resumiu o presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Antônio Fermino. “No geral, ainda enfrentamos os desafios impostos pelas inovações tecnológicas, que impactam o emprego bancário e a organização do trabalho. Enquanto uma das categorias mais organizadas do País, temos que ter consciência do nosso papel”, acrescentou. “O desafio não é pequeno, mas nós somos bons de briga e vamos usar todos esses desafios para nos revitalizarmos!”, concluiu.
“O que determina se seremos vitoriosos ou não na campanha salarial será a nossa capacidade de mobilização, que deve começar desde já, com adesão massiva à consulta de prioridades da categoria, um importante instrumento de pressão e mobilização”, ressaltou o presidente da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt. “Vamos precisar de uma grande participação da categoria na campanha. E, se necessário, estaremos pronto para o enfrentamento e a greve”, finalizou.
Análise de conjuntura
Ainda na noite de sexta (19), a análise de conjuntura econômica e política ficou a cargo do deputado federal e ex-bancário Tadeu Veneri (PT-PR), que fez um histórico desde a crise de 2008, marcada pela quebra de grandes bancos norte-americanos. “2008 foi o início de uma crise longa e duradoura, que perdura até os dias de hoje. As quebras no Sistema Financeiro impactaram nos Estados, nas estruturas sociais e nas bases democráticas. A partir daí, progressivamente, a sociedade se voltou para os movimentos extremistas de direita”, afirmou.
“Países da Europa Central e os EUA entenderam que precisavam reduzir a nossa capacidade de fazer frente ao imperialismo. Ou seja, o que vimos foi o império se movimentando para não perder o seu poder de pressão sobre os trabalhadores do mundo tudo. Daí decorreram as reformas impostas pelo Banco Mundial, pelo FMI e pela comunidade europeia, que criaram uma reação em cadeia”, acrescentou. “É preciso lembrar que o Capital Financeiro não tem dono, tem acionistas. O setor privado quer maximizar os lucros dos acionistas. E, nesse contexto, o setor público passa a ser um inimigo e alvo de desregulamentação”, explicou.
A partir dessa conjuntura, Veneri destacou que o desafio da campanha salarial dos bancários é imenso. “Não se trata apenas de reajuste. A categoria tem um papel importante também na sociedade brasileira”, apontou. “O Sindicato ainda é a referência que as pessoas têm de luta. Cada conquista dos bancários foi tirada com muita luta. Nesse sentido, sabemos que somente a mobilização e as conquistas efetivas serão capazes de reverter esse momento em que as massas foram empurradas para e extrema direita”, finalizou.
Reivindicações específicas
No sábado (20), os delegados se encontraram presencialmente para debater as reivindicações específicas dos funcionários e funcionárias, que serão encaminhadas para o 34° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB). A minuta de reivindicações da última campanha salarial foi lida e debatida, ponto a ponto, com diversos acréscimos de demandas dos trabalhadores.
Delegação Nacional
Para finalizar o Encontro Estadual, os participantes elegeram a delegação que irá representar o Paraná no 34° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), que acontece de 04 a 06 de junho, em São Paulo.
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