Juros altos encarecem crédito e travam investimentos de empresas
PACTU
Contrair um empréstimo financeiro seja para quitar dívidas ou investir num negócio fica muito caro. A Selic determina a taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos. Porém, em vez de as instituições financeiras se basearem na taxa Selic para a cobrança de juros, elas cobram além dela. Assim quanto maior a Selic, maior serão os juros cobrados. Hoje a taxa é de 10,50%, a segunda maior do mundo enquanto a inflação neste ano está em 2,48%. Nos últimos 12 meses fechou em 4,45%.
Os juros altos empobrecem e endividam as famílias e também prejudicam os empresários que querem expandir seus negócios e até mesmo abrir novas vagas de emprego.
O custo da Selic para as empresas chega a R$ 78 bilhões, segundo a gestora Paramis Capital, que calculou o custo financeiro dessa taxa Selic alta, a pedido do jornal Valor Econômico. Como exemplo, se os juros fechassem o ano em 9%, como era estimado meses atrás, este custo seria R$ 11,1 bilhões menor, de R$ 66,9 bilhões. Em 9,5%, o impacto seria R$ 7,4 bilhões abaixo, de R$ 70,6 bilhões ao ano.
Outro cenário, de acordo com o Centro de Estudos do Financiamento das Empresas Brasileiras da Fipe (Cefeb-Fipe) com base nos saldos da dívida financeira das empresas brasileiras e as projeções da Selic e do dólar, mostra que se a Selic fechasse o ano em 9% e o dólar a R$ 4,95, de acordo com as expectativas no mês de março, a dívida das empresas de R$ 5,864 trilhões, passaria para R$ 6,035 - um aumento de 3,25%. Com o cenário de junho, a dívida pode fechar 2024 em R$ 6,159 trilhões, crescimento de 5%.
Já um levantamento da Serasa apontou que cerca de 6,739 milhões de empresas estão inadimplentes - alta de 8% em comparação com janeiro de 2020. Já o número de pedidos de recuperação judicial teve um crescimento de 69,6% entre março e maio de 2024 quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Protesto contra os juros altos
Por essa e outras razões que a CUT e as demais centrais vão realizar um protesto contra os juros altos mantidos pelo Banco Central, na próxima terça-feira (30), a partir das 10, em frente à sede do Banco Central (BC), em São Paulo, em Brasília e nas demais cidades em que há representação da instituição financeira. A data foi escolhida por ser o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros do país a cada 45 dias.
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