Plenária Anual da Fetec-CUT/PR aponta desafios e perspectivas futuras
PACTU
Foi realizada no último sábado, 30 de novembro, em Curitiba, a Plenária Anual do Sistema Diretivo da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR). Com a participação de 65 delegados eleitos nas assembleias dos dez Sindicatos filiados e integrantes do Sistema Diretivos da Fetec-CUT-PR, o evento avaliou o ano que se encerra e debateu a organização dos trabalhadores do Ramo Financeiro no Paraná, apontando as lutas e desafios que estão colocados para 2025.
“Quem tem acompanhado as conjunturas econômica e política atuais já pode prever um ano bastante difícil, de grandes debates, que vai exigir participação ativa dos movimentos sociais e sindicais”, destacou Wilson de Souza, representante da Regional Pactu. O dirigente também falou das dificuldades da última Campanha Nacional e reafirmou a necessidade dos trabalhadores estarem organizados para o enfrentamento que será necessário realizar em 2026. “Temos que nos preparar para enfrentar os ataques que virão da Fenaban, seja por meio da comunicação, da formação, da atuação jurídica e sindical”, concluiu.
Vandira Martins de Oliveira, representante da Regional Curitiba, também apontou os desafios que virão a seguir, sobretudo na renovação da próxima Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Teremos que estar cada vez mais fortes para enfrentar esse novo mundo do trabalho, que vem se desenhando em favor do lucro e dos grandes empresários e em detrimento da população trabalhadora”, disse. Ela afirmou ainda a necessidade de estar alerta quanto aos ataques à democracia, que não se estancarão. “A resistências somos nós! E nós temos que estar atentos para entender que a luta não acabou”, finalizou.
“Este é um momento decisivo de reflexão e reconstrução”, avaliou o representante da Regional Vida, Laurito Porto de Lira Filho, ao se referir ao encerramento do ano de 2024 e todas as lutas que foram empreendidas. Segundo ele, não há mais como a esquerda não se posicionar diante dos debates que estão colocados. “Nós, representantes dos trabalhadores, precisamos mostrar nossa cara, dialogar com as pessoas e deixar explícitas as nossas bandeiras”, frisou.
Em sua fala, a dirigente da CUT Paraná Cinara Corrêa de Freitas Tonatto destacou a participação do movimento sindical no G20 Social, fazendo pressão pelo fim das desigualdades, por trabalho decente e também sobre a questão climática. “Outro ponto a se destacar é a necessidade latente de conseguirmos alcançar e dialogar com a juventude. É fundamental para nós nos aproximarmos dos jovens para que a luta por uma sociedade mais justa, igualitária e digna tenha continuidade!”, finalizou.
Marcio Kieller, presidente da CUT Paraná, também fez coro com os demais dirigentes ao afirmar que este é um momento muito importante para a classe trabalhadora, que precisa colocar suas pautas da ordem do dia. “Ainda temos um governo em disputa, com um Congressos Nacional que insiste em tentar retirar direitos dos trabalhadores”, avaliou. “Por isso, precisamos continuar pressionando para que o Governo Lula leve em frente as pautas da classe trabalhadora”, destacou.
Elias Jordão, secretário de Comunicação da Contraf-CUT, avaliou as dificuldades enfrentadas pela categoria bancária na Campanha Nacional 2024. “Ficamos impactados pelos ataques que sofremos e, até agora, avalio que não absorvemos o quanto esta campanha foi difícil. Mas, diante disso, podemos dizer que resultado final foi muito vitorioso e precisamos transmiti-lo para categoria”, disse. “2026 não será fácil e essa plenária é pertinente para estarmos nos preparando para as lutas dos próximos anos”, acrescentou.
O presidente da Fetec-CUT-PR, Deonisio Schmidt, encerrou a mesa de abertura explicando o mote escolhidos para a Plenária Anual: Quem trabalha é trabalhador! “Esse tema nos convida a pensar sobre um dos maiores desafios da classe trabalhadora, que é se reconhecer enquanto classe. Se o neoliberalismo espalha o conceito de empreendedorismo individualismo, nós precisamos trazer, organizar e fazer com que o trabalhador se reconheça enquanto pertencente a uma classe”, pontuou.
Schmidt também falou sobre a terceirização no Ramo Financeiro e os ataques empreendidos pelos bancos contra os direitos da categoria. “Somos uma das poucas categorias que mantiveram intactos seus direitos, garantidos pela CCT. Contudo, os bancos estão se utilizando da terceirização, por via de lei, para burlar nossas conquistas. Por isso, 2026 está no centro do nosso debate e tudo o que fizermos até lá vai estar focado na nossa organização”, concluiu.
Campanhas de lutas importantes
A abertura da Plenária Anual foi marcada ainda pela defesa de duas campanhas de lutas importantes. Primeiro, a dirigente da Fetec-CUT-PR Vandira Martins de Oliveira falou sobre a campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que iniciou em 20 de novembro (Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra) e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Na sequência, a dirigente da APP Sindicato Vanda do Pilar Santana apresentou a campanha “Não venda a minha escola”, uma iniciativa contra os ataques do governo Ratinho Jr à educação, que ameaça de privatizar a gestão das escolas públicas do Paraná.
Desafios e perspectivas
Outro momento importante da Plenária Anual foi a apresentação dos principais desafios e perspectivas para 2025 de cada coletivo. Conduziram as discussões: Ana Smolka, como representante do Paraná na Comissão de Empresa do Banco do Brasil (CEBB); Lilian Graboski, representante do Paraná na Comissão de Organização dos Empregados do Santander (COE/Santander); Karla Huning, representante do Paraná na Comissão de Organização dos Empregados do Bradesco (COE/Bradesco); Katlin Salles, representante do Paraná no Coletivo Nacional dos Financiários; e Junior Cesar Dias, representante do Paraná na Comissão de Organização dos Empregados do Itaú (COE/Itaú).
Texto: Renata Ortega
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