Itaú dá uma de Papai Noel às avessas e ataca direitos de funcionários
PACTU
Depois de mais um ano bilionário de lucro, a direção do banco Itaú, de forma impositiva, propõe a construção de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico para seus trabalhadores, que traz muitas preocupações, pois o banco quer impor “pacotaço”, no modelo – assina tudo ou fica sem nada -, que por si só, dado o modelo apresentado, pode trazer prejuízos aos bancários e bancárias do Itaú. Como se isso ainda não bastasse, a direção impôs prazo até o dia 30 de dezembro para resposta dos sindicatos. O ACT contemplaria a bolsa educação, teletrabalho, retorno ao trabalho dos afastados, banco de horas e validação das horas extras (termo de quitação de horas extras), este último necessitando ser chancelado pelos funcionários e sindicato.
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR) e seus 10 sindicatos filiados (Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama) avaliam que é preciso uma ampla discussão, pois, acreditam, que há termos prejudiciais aos trabalhadores e trabalhadoras do Itaú.
Entre os pontos que os trabalhadores demostram preocupações, estão a ampliação do prazo do banco de horas, de um para seis meses, e da validação das horas extras – termo de quitação das horas extras, pois, Infelizmente, o assédio moral e a imposição, ainda são as ferramentas dos banqueiros, o que coloca em risco todo o ACT. Há coisas que não estão relacionadas, como a bolsa de estudos, que não tem qualquer relação com o banco de horas, da mesma forma que a ajuda de custo do teletrabalho não dialoga com o termo de quitação das horas extras.
O secretário de comunicação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Junior Cesar Dias, afirma que o movimento sindical não concorda com as condições impostas pelo Itaú. “Se chancelarmos alguns pontos do que o banco quer, como a questão do banco de horas, estaremos atuando contra nós mesmos. Esta imposição por parte do Itaú também está nos incomodando. Negociação não funciona desta maneira e não estamos dispostos a aceitar estas condições”, avalia.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Toledo e Região (Sintrafi) e coordenador da comissão dos empregados do Itaú do Paraná (COE Itaú), Fernando Augusto Camassetto, explica que os sindicatos e federações não se opõem a assinar o acordo, desde que ele não prejudique os bancários e bancárias. “Nós dos sindicatos filiados a Fetec-CUT/PR vemos com preocupação a forma com que a direção do banco quer impor retrocessos aos bancários. Não concordamos com o modelo ou assina tudo ou não assina nada. Apoiamos as propostas do acordo da bolsa de estudos, do teletrabalho, da redução das metas aos afastados pelo INSS quando de seu retorno, entre outros, mas temos divergências e queremos ampliar o debate sobre a validação do ponto (termo de quitação das horas extras) e ampliação do banco de horas. Nos colocamos a disposição para reuniões. Os funcionários do Itaú, depois de mais um ano de lucros bilionários, merecem respeito”.
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