Novo aumento da Selic é injustificável e só beneficia mercado financeiro
A Contraf-CUT criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que efetuou nesta quarta-feira (27) um novo aumento de 0,5 ponto percentual elevando a taxa básica de juros, a Selic, para 10% ao ano.
"O Copom mostra que é surdo, pois não ouviu o clamor das centrais sindicais que ontem mobilizaram 3 mil trabalhadores em frente ao Banco Central e cobraram menos juros e mais emprego", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Para ele, "não há nenhuma justificativa plausível para elevar os juros. O Copom mais uma vez cedeu às pressões do mercado financeiro e dos especuladores", critica.
"A inflação está controlada e o câmbio, estável. Também não há motivos consistentes para avaliações pessimistas sobre os rumos da economia em 2014, como alguns setores econômicos têm feito para pressionar o governo e levar vantagens. O que vemos outra vez é transferência de bilhões de reais de recursos públicos para as instituições financeiras, que detêm 25% da dívida pública, o que representa desestímulo ao crescimento, encarecimento do crédito e freio na geração de empregos e renda", analisa.
"A queda dos juros, como ocorre tanto em países emergentes quanto nos desenvolvidos, diminuiria uma das fontes de lucro dos bancos, induzindo-os a compensar essa redução pela maior oferta de crédito. Isso aumentaria a concorrência pela conquista de clientes, baixando as altas taxas de juros, favorecendo a sociedade e o desenvolvimento econômico do país", aponta Cordeiro.
"Mas o que vemos é exatamente o contrário: os bancos reduzem a oferta de crédito e freiam a economia porque podem se dar ao luxo de só financiar clientes com menor risco, porque a cada aumento da Selic os seus ganhos são engordados pelas aplicações sem risco nos títulos oficiais (ganhos de tesouraria), além das receitas de tarifas bancárias que por si só cobrem todas as despesas de pessoal", revela o presidente da Contraf-CUT.
Para o dirigente sindical, além das metas de inflação, o Banco Central precisa definir também metas sociais como a geração de empregos e renda e a redução das desigualdades sociais.
"Os trabalhadores têm demonstrado claramente ao governo que estão insatisfeitos com a política de juros. A cada 0,5% de aumento da Selic significa que R$ 3 bilhões ao ano saem do Tesouro Nacional e, em vez de serem aplicados em programas sociais, saem direto para o bolso dos banqueiros e dos rentistas, aumentando a relação dívida pública/PIB em 0,71%. Essa política de juros altos, portanto, não só joga contra o desenvolvimento econômico e social do país como aumenta a concentração da riqueza em um país que é um dos 12 mais desiguais do planeta", conclui Cordeiro.
Pactu presente
Edilson José Gabriel e Luiz Carlos Fernandes representaram os sindicatos do Pactu nas manifestações realizadas pelas centrais sindicais, nesta terça-feira, 26/11, em Brasília, contra o aumento da taxa de juros pelo Copom. Na avaliação dos dois dirigentes, "os membros do Copom perderam uma grande oportunidade de demonstrar que estão ao lado dos interesses da sociedade brasileira, em contraposição às pressões que os rentistas fazem pelo lucro fácil do aumento da taxa de juros".
Fonte: Pactu, com Contraf-CUT
"O Copom mostra que é surdo, pois não ouviu o clamor das centrais sindicais que ontem mobilizaram 3 mil trabalhadores em frente ao Banco Central e cobraram menos juros e mais emprego", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Para ele, "não há nenhuma justificativa plausível para elevar os juros. O Copom mais uma vez cedeu às pressões do mercado financeiro e dos especuladores", critica.
"A inflação está controlada e o câmbio, estável. Também não há motivos consistentes para avaliações pessimistas sobre os rumos da economia em 2014, como alguns setores econômicos têm feito para pressionar o governo e levar vantagens. O que vemos outra vez é transferência de bilhões de reais de recursos públicos para as instituições financeiras, que detêm 25% da dívida pública, o que representa desestímulo ao crescimento, encarecimento do crédito e freio na geração de empregos e renda", analisa.
"A queda dos juros, como ocorre tanto em países emergentes quanto nos desenvolvidos, diminuiria uma das fontes de lucro dos bancos, induzindo-os a compensar essa redução pela maior oferta de crédito. Isso aumentaria a concorrência pela conquista de clientes, baixando as altas taxas de juros, favorecendo a sociedade e o desenvolvimento econômico do país", aponta Cordeiro.
"Mas o que vemos é exatamente o contrário: os bancos reduzem a oferta de crédito e freiam a economia porque podem se dar ao luxo de só financiar clientes com menor risco, porque a cada aumento da Selic os seus ganhos são engordados pelas aplicações sem risco nos títulos oficiais (ganhos de tesouraria), além das receitas de tarifas bancárias que por si só cobrem todas as despesas de pessoal", revela o presidente da Contraf-CUT.
Para o dirigente sindical, além das metas de inflação, o Banco Central precisa definir também metas sociais como a geração de empregos e renda e a redução das desigualdades sociais.
"Os trabalhadores têm demonstrado claramente ao governo que estão insatisfeitos com a política de juros. A cada 0,5% de aumento da Selic significa que R$ 3 bilhões ao ano saem do Tesouro Nacional e, em vez de serem aplicados em programas sociais, saem direto para o bolso dos banqueiros e dos rentistas, aumentando a relação dívida pública/PIB em 0,71%. Essa política de juros altos, portanto, não só joga contra o desenvolvimento econômico e social do país como aumenta a concentração da riqueza em um país que é um dos 12 mais desiguais do planeta", conclui Cordeiro.
Pactu presente
Edilson José Gabriel e Luiz Carlos Fernandes representaram os sindicatos do Pactu nas manifestações realizadas pelas centrais sindicais, nesta terça-feira, 26/11, em Brasília, contra o aumento da taxa de juros pelo Copom. Na avaliação dos dois dirigentes, "os membros do Copom perderam uma grande oportunidade de demonstrar que estão ao lado dos interesses da sociedade brasileira, em contraposição às pressões que os rentistas fazem pelo lucro fácil do aumento da taxa de juros".
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