Bancários cobram negociações com Santander para acordo aditivo e PPRS
Guarapuava/PR
Os bancários cobraram negociações com o Santander para a renovação com avanços do acordo aditivo à convenção coletiva de trabalho e do acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS), além dos termos de compromisso do Banesprev e Cabesp. A cobrança ocorreu nesta quinta-feira, dia 17, durante reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, realizada no Auditório Amarelo do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Participaram diretores da Contraf-CUT, sindicatos, federações e Afubesp.
Os representantes dos trabalhadores decidiram aumentar a pressão sobre o banco espanhol, a fim de abrir o diálogo sobre a pauta específica de reivindicações, entregue no dia 30 de agosto. \"O Santander havia dito que iria negociar logo depois do fechamento da Campanha Nacional dos Bancários. Mas, após quase um mês da assinatura da convenção coletiva com a Fenaban, que aconteceu no dia 21 de outubro, o banco permanece em silêncio, frustrando a expectativa dos funcionários\", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Duas cartas já foram remetidas pelas entidades sindicais ao banco (21 de outubro e 8 de novembro), mas nenhuma rodada ainda foi marcada. Foi definido o envio de nova correspondência, cobrando a promessa do banco.
\"A ausência de diálogo é um profundo desrespeito com os trabalhadores, os maiores responsáveis pelo lucro estrondoso de R$ 5,9 bilhões, obtido até setembro no Brasil, o que significa 25% do ganho mundial do grupo espanhol\", destaca o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá.
Mobilização por avanços
Além da manutenção das conquistas, como o auxílio-educação, a ampliação da licença-amamentação e o intervalo de 15 minutos dentro da jornada de seis horas, os bancários querem avanços nas negociações. \"Com os lucros crescentes no Brasil, os trabalhadores merecem valorização, com a inclusão de novas cláusulas no aditivo\", salienta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.
Os trabalhadores reivindicam garantia de emprego, cinco ausências abonadas por ano, adiantamento de um salário nas férias com pagamento em dez vezes sem juros e eleições democráticas para representantes dos participantes no SantanderPrevi e Sanprev, dentre outros itens.
Outra proposta dos bancários é o aumento do PPRS. No ano passado, o banco pagou R$ 1.350. \"Esse valor é insuficiente diante da isenção tributária que o banco obtém pela negociação com as entidades sindicais, o que respalda os programas próprios de renda variável, conforme estabelece a lei federal nº 10.101\", ressalta o diretor da Feeb RJ-ES, Paulo Garcez.
Jornada continental de lutas
A cobrança de negociações será também uma das principais bandeiras no Brasil da jornada continental de lutas dos trabalhadores do Santander, que a UNI Américas Finanças promove de 21 a 27 de novembro na América Latina, que participa com 45% do lucro do banco em todo mundo.
\"Vamos cobrar respeito do Santander, com a geração de empregos, melhores condições de trabalho e o fim das práticas antissindicais. Os bancários daqui não podem continuar sendo tratados como se fossem de segunda classe\", enfatiza Marcelo Sá.
\"Também vamos defender que o banco abra negociações com a UNI Américas Finanças para firmar um acordo marco global, a fim de garantir direitos básicos aos trabalhadores em todos os países onde o Santander atua, como direito à sindicalização e negociação coletiva\", frisa Ademir.
Os bancários também apoiam a proposta dos sindicalistas no Comitê de Empresa Europeu do Santander pela criação de uma coordenadora mundial para negociar com o banco e querem assinar igualmente a declaração conjunta de venda responsável de produtos.
Assembleia do Banesprev
Os dirigentes sindicais reforçaram a importância da assembleia dos participantes do Plano II do Banesprev, que será realizada no próximo dia 26, em São Paulo. \"
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