Contraf-CUT rejeita abertura de capital e defende Caixa 100% pública
Umuarama/PR
A Contraf-CUT rejeita a abertura do capital da Caixa Econômica Federal e defende a sua manutenção como empresa 100% pública. As primeiras notícias surgiram no início de novembro e o assunto foi a matéria principal na capa da edição do dia 23 de dezembro do jornal Valor Econômico, um dia depois da primeira manifestação a respeito da presidente Dilma Rousseff.
"Vou (abrir o capital da Caixa), mas é um processo demorado", afirmou Dilma a jornalistas nesta segunda-feira (22), após café da manhã no Palácio do Planalto, ao ser perguntada sobre a notícia de que o governo planeja uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações do banco.
Segundo notícia publicada na jornal Folha de S.Paulo, "o governo faria um IPO da Caixa daqui a cerca de 1,5 ano". Antes disso, segundo o diário, "o banco federal teria que passar por um processo de saneamento". Ainda de acordo com a Folha, "o IPO garantiria recursos importantes para reforçar os cofres do Tesouro Nacional, num momento em que o governo tenta melhorar as contas públicas".
A Caixa é patrimônio do povo brasileiro e é o terceiro maior banco do país em ativos totais. Em setembro, a Caixa tinha R$ 1 trilhão em ativos, segundo dados do Banco Central, atrás do também público Banco do Brasil, com R$ 1,3 trilhão e do privado Itaú com R$ 1,1 trilhão.
Unidade, luta e mobilização
"Não existe motivo para abrir o capital, na medida em que a Caixa é um banco público que cumpre extraordinário papel social e é a instituição que lidera a concessão de empréstimos habitacionais no país", defende o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, lembrando que Dilma se comprometeu na campanha eleitoral com o fortalecimento dos bancos federais.
Para ele, "a abertura do capital iria enfraquecer a atuação da Caixa e afetar os programas sociais do governo, uma vez que haverá pressão dos acionistas para aumentar os lucros para gerar dividendos, colocando em segundo plano o papel social da empresa".
"Nós já vimos este filme em outros bancos públicos, como o Banco do Brasil, e o que assistimos é de um lado a ganância dos acionistas e, de outro, a cobrança de metas abusivas, a piora nas condições de trabalho e a luta constante dos funcionários para que o banco seja público de fato", alerta Cordeiro.
O presidente da Contraf-CUT aponta como saída a unidade, a luta e a mobilização dos bancários para que a Caixa continue sendo uma empresa 100% pública. "Vamos promover uma nova jornada de luta em defesa da Caixa, mostrar a importância desta empresa para a sociedade e combater os interesses do mercado financeiro, que querem abocanhar um patrimônio que é de todos os brasileiros".
Fenae reforça pressão
A Fenae divulgou editorial nesta terça-feira, sob o títuto "Luta e mobilização são fundamentais para que Caixa continue 100% pública".
Para a entidade, o fortalecimento dos bancos públicos não pode parar.
"Que Dilma Rousseff honre os compromissos assumidos na campanha eleitoral.
Fonte: Contraf-CUT
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