Negociação sobre emprego bancário será nesta quarta, 19

Campo Mourão/PR

Negociação sobre emprego bancário será nesta quarta, 19
Neste ano, as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2015 começam com as reivindicações sobre o tema emprego. A primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban será nesta quarta-feira, 19 de agosto, em São Paulo.

"Emprego é um dos temas mais importantes para nós. E contraditoriamente é um dos temas que os bancos têm mais dificuldade de negociar com a gente: garantia de emprego dos bancários", afirma Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, um dos representantes dos bancários de Curitiba e do Paraná nas negociações por ser membro do Comando Nacional.

O cenário do emprego bancário tem algumas características que trazem insegurança para os trabalhadores: fechamento de postos de trabalho; rotatividade alta com redução salarial; terceirização de diversas atividades para redução de custos salariais e operacionais; correspondentes bancários.

Fechamento de postos

De março de 2011 a março de 2015, os bancos privados Itaú, Santander, Bradesco e HSBC fecharam 26 mil postos de trabalho. O Itaú, mesmo liderando o ranking do lucro dos bancos, foi o responsável pelo fechamento de 18 mil empregos nesse período. Eram 104 mil trabalhadores no primeiro trimestre 2011. Já em 2015, o banco fechou o primeiro trimestre com 85,7 mil bancários em todo o país.

Rotatividade e redução salarial 

Somente nestes primeiros meses de 2015, a diferença de salário entre desligados e admitidos é de 43,5% em média. A remuneração média dos desligados é de R$ 6.054,33. A dos admitidos é de R$ 3.421,38. Foram cortados 2.925 postos de trabalho de janeiro a maio de 2015.

Crescimento da terceirização

A terceirização ocorre de duas formas no setor: com os correspondentes bancários (lotéricas, lojas, mercados, farmácias) e a contratação de empresas para prestar serviços dentro das agências. O número de correspondentes cresce, enquanto o número de agências bancárias está estagnado. Em 2003 eram 36.474 correspondentes bancários para 16.829 agências no país. Em 2013, eram 405.248 correspondentes para 22.740 agências bancárias.

Esses trabalhadores terceirizados não são bancários. Ganham em média 1/3 do salário da categoria e não têm os mesmos direitos conquistados em Convenção Coletiva de Trabalho (como PLR, vale refeição, alimentação, auxílio creche e jornada de seis horas diárias). O tempo de permanência no emprego também é menor nos correspondentes. 

Já os terceirizados que estão trabalhando dentro das agências desde a década de 1990, com o tempo foram realizando serviços essenciais à realização de operações financeiras, como por exemplo: compensação bancária; procedimentos de caixas eletrônicos; teleatendimento; operações de crédito; formalização de contratos; cobrança e recuperação de crédito; captação de clientes; abertura de contas; combate à fraude, entre outros.

Reivindicações na mesa de negociação

Com todo o cenário de dificuldade apresentado, e conforme já alertou o presidente Elias Jordão sobre o posicionamento dos banqueiros sobre o tema emprego, a minuta de reivindicações dos bancários traz as seguintes pautas:

- Garantia no emprego (art. 39)
Os bancos devem garantir o emprego dos bancários.

- Garantia contra dispensa imotivada (art. 40)
Reconhecimento dos termos da Convenção 158 da OIT, em que a demissão só ocorre após a comprovação dos motivos.

- Terceirização (art. 43)
Suspensão da implantação de projetos de terceirização para vedar qualquer forma de terceirização no ramo financeiro. A reivindicação é que os bancos reassumam as atividades terceirizadas e contratam os terceirizados como empregados num prazo de seis meses. 

- Mudanças tecnológicas (art. 47)
Constituição de uma Comissão sobre mudanças tecnológicas no prazo de 45 dias após assinatura da CCT. A comissão deve ser informada com um ano de antecedência da existência de projetos com mudanças tecnológicas.

- Correspondentes bancários (art. 49)
Os bancos devem universalizar o atendimento bancário em todos os municípios do país, com serviços desempenhados por bancários.



Fonte: SEEB Curitiba

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