BB apresenta novos dados sobre reestruturação e Contraf-CUT reivindica VCP Permanente

Durante a reunião, em Brasília, o banco também apresentou dados preliminares sobre afastamentos.

Conforme acordada anteriormente, aconteceu nesta quarta-feira (29), em Brasília, mais uma rodada de negociação entre a Contraf-CUT, representada pela Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil, para tratar sobre a reestruturação e seus impactos para o corpo funcional. Algumas rodadas de negociação ocorrem paralelamente com as audiências de mediação no Ministério Público do Trabalho. Nesta mesa o BB apresentou novos dados sobre a quantidade de funcionários que estão recebendo a Vantagem em Caráter Pessoal (VCP) por ter perdido o cargo ou ter sido realocado em cargo com salário inferior.

Segundo o BB, neste momento, 2266 funcionários estão com VCP integral e 1423 recebem VCP parcial. VCP integral significa que o funcionário está como escriturário. O banco também apresentou uma planilha com o cronograma de implantação das novas plataformas de PSO, que estão sendo instaladas no interior do país.

O banco informou que desde o dia 02 de março, 560 caixas que estavam substituindo há mais de 90 dias foram efetivados na função e que está corrigindo as diferenças salariais questionadas pelos funcionários por inconsistências no processo de reversão dos descomissionamentos de caixas, que ocorreram em 01/02.

Em relação aos dados sobre descensos, por cargos e por região, o BB informou que no momento não informará, uma vez que não tem consenso sobre a entrega desses dados estratificados.

PAS EVENTOS EXTRAORDINÁRIOS

O Banco informou que incluiu quem está em reestruturação no programa que permite adiantamento de até 5 salários pagos em 25 meses para cobrir situações de endividamento.

PONTUAÇÃO DO CARGO ANTERIOR PARA NOVAS SELEÇÕES

A Contraf-CUT reivindicou novamente ao Banco que os funcionários que perderam os cargos tenham a pontuação do cargo anterior na inscrição para novos processos seletivos. O banco informou que ainda está estudando a demanda e tem prazo até o final do VCP para responder.

PRORROGRAÇÃO DE VCP

O BB informou que ainda não tem resposta sobre esta reivindicação e até o dia 02/05 dará resposta.

DADOS SOBRE ADOECIMENTOS

O Banco apresentou dados preliminares sobre a quantidade de afastamentos por adoecimento nos últimos 2 anos, cuja análise ainda está sendo formatada para um melhor debate sobre o assunto.

A Contraf-CUT levou ao banco uma preocupação com casos de suicídios de funcionários e, dada a importância por se tratar de um tema tão delicado, solicitou ao banco dados sobre óbitos de funcionários e que o assunto seja tratado na Mesa Temática de Saúde, que acontecerá nos próximos meses.

CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS AGÊNCIAS QUE RECEBERAM CLIENTES MIGRADOS

A Comissão de Empresa levou ao banco os relatos de piora na qualidade dos serviços e das condições de trabalho dos funcionários lotados em agências que receberam os clientes das agências fechadas. A redução de funcionários fez que com que muitas agências passassem a conviver com situação de caos diariamente.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários, embora as realocações tenham vários avanços, ainda são milhares os que ficaram sem seus cargos, além de outros milhares que tiveram realocação com perda salarial.

“Dificilmente teremos num curto prazo a realocação dessas pessoas. Por isso nossa reivindicação de VCP permanente e de extensão de VCP para 12 meses, no mínimo. Entendemos que o banco nomeou os funcionários na sua política de ascensão profissional e a retirada dos salários das pessoas é uma responsabilidade do banco”, afirmou

GEDIP - ABERTURA DE PROCESSOS ANTIGOS

Os Sindicatos denunciaram ao banco que em muitos lugares estão sendo reabertos processos de GEDIP antigos de mais de cinco anos, trazendo dificuldades para que os funcionários façam suas defesas. Para a Contraf-CUT, o banco deve estabelecer um prazo de prescrição, para que não haja mal uso desse instrumento como forma de pressão sobre os funcionários.

MODELO DIGITAL

Os representantes dos funcionários cobraram do BB soluções para problemas no Modelo de Atendimento Digital, os quais têm sido relatados com frequência pelos funcionários. Um deles é que os clientes migrados continuam demandando suas agências anteriores, piorando as condições de atendimento. O banco informou que isso pode ser devido à transição ou ao próprio comportamento dos clientes, mas que está acompanhando esses relatos para dar uma solução.

Também foram relatados problemas quando um mesmo cliente demanda vários canais de atendimento e o atendimento em um deles mantém a pendência nos demais, sendo a baixa feita de forma manual, ou nem feita. O que prejudica a eficiência.

A Comissão de Empresa cobrou do banco novamente o cronograma de instalação dos escritórios digitais em todo o Brasil.

NÃO PAGAMENTO DA VERBA 226 EM CASOS DE REALOCAÇÃO

A Contraf-CUT relatou ao BB que há casos em que funcionários que haviam migrado para a jornada de 6 horas, recebendo a verba de ajuste do plano de funções, perderam o cargo e, realocados na mesma função, deixaram de receber a verba de ajuste. Foi cobrado do BB o acerto da folha de pagamento nesses casos.

PROBLEMAS NOS PRAZOS DE CCP E CCV

Vários sindicatos relataram que as Gepes estão solicitando prorrogação de prazo para atendimento às demandas de CCP e CCV em até 120 dias, além dos 30 dias do acordo. A Contraf-CUT solicitou ao banco que verifique a estrutura de atendimento, uma vez que é melhor a suspensão da CCP e CCV em todo o Brasil, já que o banco não tem condições de atender aos pedidos.

O Coordenador da Comissão de Empresa, Wagner Nascimento, relata que o próprio banco foi quem cortou os cargos nas Gepes. “Estão precarizando o atendimento aos próprios funcionários, a quem o banco diz que valoriza. Portanto, este caos no atendimento interno e externo demonstra que é preciso repor o quadro de funcionários urgentemente” conclui.