Áudios de Aécio e Andrea Neves revelam bastidores da relação do poder com a mídia
Umuarama/PR
Grampos trazem à tona como senador afastado age para calar seus críticos, prática já denunciada diversas vezes pela imprensa de Minas Gerais
Os áudios dos grampos autorizados pela quebra de sigilo telefônico do senador Aécio Neves (PSDB) e de sua irmã Andrea pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas investigações sobre as delações de Joesley Batista, dono da JBS (Friboi), e que foram divulgados nesta quarta-feira (31), revelam mais que o "mal-estar" entre os tucanos, como enfatiza a relação entre Aécio Neves e imprensa. Uma relação já conhecida, porém, até então, sem provas.
Em meio à troca de "fogo amigo" ou no calor de uma operação "salve-se quem puder", com direito a ameaças veladas – "nós estamos do mesmo lado nessa história"; "porque te envolve"; "sabe o que vai acontecer? joga você no meio" – as conversas, carregadas de palavrões por parte de Aécio, trazem à tona também o modus operandi de uma turma que é profissional em pressionar e calar qualquer crítica ou dissonância na imprensa em relação aos seus interesses.
Nos áudios, o presidente nacional do PSDB, o senador afastado, dá ordens expressas ao governador do Paraná, o também tucano Beto Richa, para acionar sua assessoria de imprensa ("pessoal mais qualificado"), a fim de intervir para tirar rapidamente do ar a matéria "Aliado do Paraná já considera Aécio na cadeia", postada (e retirada) pelo UOL do Paraná.
Na matéria, que causou celeuma no ninho tucano poucos minutos depois de ir ao ar no UOL Paraná, repercutia um comentário de Valdir Rossoni, secretário-chefe da Casa Civil do governo Beto Richa dizendo que visitaria Aécio Neves na cadeia, quando ele fosse preso por causa das contas mantidas na Suíça com as propinas recebidas do esquema de corrupção. O link para a matéria está inacessível, mas seu depoimento é reforçado por um vídeo, também contundente, contra Aécio. Ao final do texto àudio com de Aécio com a irmã, clique aqui e ouça
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