Mesmo desmoralizado, Senado avança com Reforma Trabalhista
PACTU
O projeto de Reforma Trabalhista (PLC 38) continua a tramitar no Senado, mesmo com a Casa desmoralizada e inerte diante da exigência do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), flagrado em escutas que o mostrariam tentando obstruir a Justiça, segundo denúncia da Procuradoria Geral Da República (PGR). Acovardados, mas sem condição moral e política de questionar a decisão do STF, ob Senado apenas empurra para a frente a decisão sobre o mandato de Aécio Neves.
Apesar de desmoralizados, entretanto, os senadores que se articulam em torno do governo golpista fizeram andar a Reforma Trabalhista nesta terça-feira (13). O projeto teve sua leitura realizada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), repetindo o roteiro que ocorreu na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE): a leitura de um "não relatório", enquanto à oposição restou denunciar a situação absurda por meio da apresentação de votos em separado. A previsão entre os parlamentares é de que a votação ocorra na CAS na semana que vem.
Assim como já havia acontecido na CAE, o relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), abriu mão de legislar. Mesmo apontando problemas no texto, desconsiderou todas as emendas apresentadas – quase 200. Apenas fez "sugestões" de vetos para a Presidência da República. Tudo para evitar que o projeto retorne à Câmara. "Nenhum dispositivo constitucional é ofendido", afirmou o senador tucano, para quem falar em ataque a direitos é uma "falsa tese".
"Não criará um emprego. Aumentará o desemprego. E todos nós sabemos disso", reagiu o senador Paulo Paim (PT-RS), que durante quase 4 horas fez a leitura de seu voto em separado. Ele considera o projeto um "atentado ao combate à pobreza e à desigualdade social". E identificou retrocesso em relação a direitos incluídos na Constituição aprovada em 1988. "O Centrão (bloco conservador atuante na Constituinte) virou um lambari diante do tubarão da ganância do Congresso atual." Ler mais aqui
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