Aumento real de 1% e direitos garantidos
PACTU
Bancários recebem até 30 de setembro, salários e vales reajustados, além da antecipação da PLR; demais conquistas estão valendo até 2018
O Brasil já acumula seis trimestres seguidos de variação negativa do PIB. Ou seja, é um país em plena recessão. Apesar disso, os bancários terão aumento real para salários e demais verbas de 1%. Somado ao INPC, que foi de 1,73%, o reajuste será de 2,75% (veja tabela abaixo).
Esse resultado está diretamente relacionado à queda brutal da inflação que tem tudo a ver com a recessão que o país atravessa. “Com o agravamento da recessão econômica, os trabalhadores com campanhas no segundo semestre deverão ter ainda mais dificuldade em conseguir reajustes acima da inflação”, avalia a economista Catia Uehara, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Arte: Fabiana Tamashiro
Catia ressalta que nos bancos públicos a dificuldade seria ainda maior, já que a Secretaria de Coordenação Governança das Empresas Estatais (SEST) já havia informado que o governo federal não pretende reajustar salários este ano. “No caso das convenções coletivas, como a dos bancários, não há como a gente mexer”, afirmou o secretário Fernando Soares, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, em 7 de maio.
O INPC é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. É o índice de inflação utilizado pelos bancos e bancários na correção dos salários desde, pelo menos, 1995. Na sua composição tem grande peso a alimentação e, além da recessão que o Brasil atravessa, essa é uma das explicações para a queda do índice, já que o país teve boas safras e o preço dos alimentos básicos caiu.
Além disso, a recessão faz com que o desemprego aumente – já são 13,486 milhões de trabalhadores desocupados no Brasil – e, por consequência, a economia se desaqueça, num círculo vicioso que representa menos dinheiro em circulação, fechamento de lojas, indústrias, empresas e mais demissões.
Para o período da data base da categoria bancária, de 31 de agosto de 2016 a 1º de setembro de 2017, a inflação pelo INPC ficou em 1,73%. Somado ao aumento real de 1% conquistado em 2016, os trabalhadores terão 2,75% de reajuste em salários, piso, vales e auxílios, além da PLR. Tudo deve ser pago até 30 de setembro.
Fonte: Dieese (Valores sujeitos a arredondamento para cima ou para baixo)
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