VOLTA DA ESCRAVIDÃO DEVE BARRAR EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
PACTU
Decisão de Michel Temer de comprar votos de deputados ruralistas com a legalização do trabalho escravo será desastrosa para a economia brasileira; países civilizados já estudam barram a compra de produtos brasileiros depois da medida que muda o conceito de trabalho análogo à escravidão e que dificulta a divulgação da chamada "lista suja" de empregadores que usam mão de obra escrava; representantes da União Europeia (UE) e do setor empresarial sinalizam que as medidas devem prejudicar até uma longa negociação de acordo comercial entre o Mercosul e o bloco de países europeus; outros tratados de comércio com a UE foram congelados no passado por esse tipo de preocupação
247 - As mudanças em torno da definição de trabalho escravo no Brasil podem ter impactos sobre as exportações, segundo sinalizaram representantes da União Europeia (UE) e do setor empresarial brasileiro.
Na segunda-feira (16), uma portaria alterou a definição de trabalho escravo, os critérios de autuação e a forma de divulgação da chamada "lista suja" com o nome dos envolvidos nesse tipo de crime.
"Não podemos aceitar a importação de produtos feitos sob condições de escravidão", disse à finlandesa Heidi Hautala, deputada no Parlamento Europeu, braço Legislativo da UE. Ela é ligada ao Partido Verde.
Para Hautala, a decisão do governo brasileiro ainda pode criar "obstáculo" às negociações do acordo de livre comercio entre UE e o Mercosul.
Rascunhos do acordo que circulam –em discussões conduzidas há anos, sem consenso– mencionam o fim do trabalho escravo.
Outros tratados de comércio com a UE foram congelados no passado por esse tipo de preocupação. Por exemplo, houve resistência à indústria têxtil do Uzbequistão.
O Parlamento Europeu tem se preocupado com essa questão. Em outubro de 2016, pediu o endurecimento das regras para a identificação de trabalho escravo. Exportações precisariam de uma certificação de que respeitam determinados parâmetros, incluindo a ausência de trabalho escravo.
As informações são de reportagem de Diogo Bercito na Folha de S.Paulo.
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