Quem precisa de segurança são as vítimas do golpe, diz Vagner

PACTU

Quem precisa de segurança são as vítimas do golpe, diz Vagner
Coletivo Com Lula em POA

Presidente da CUT diz que violentos são os que deram o golpe, quebraram a ordem constitucional, rasgaram a Constituição e querem uma sociedade excludente, sobre pedido do TRF-4 de aumentar segurança

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, foi a Brasília nesta segunda-feira (15) para tratar com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, da segurança do julgamento do recurso do ex-presidente Lula, no dia 24. Thompson Flores tem falado que os desembargadores estão sendo ameaçados, mas não dá detalhes.

Para o jurista e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o encontro de Thompson Flores com Carmen Lúcia não é nada ortodoxo no Judiciário. “Mas como todo o processo contra Lula não é nada ortodoxo, não é de se estranhar essa reunião”. 

Diante de todo o histórico recente de parte da Justiça e da forma como o TRF-4 tem se manifestado acerca do processo contra o ex-presidente Lula, “com estardalhaço, pressa e sem passar imagem republicana”, o ex-ministro avaliou: “Para mim, este encontro aconteceu muito mais para ajustar o discurso do Judiciário sobre o caso”.

A preocupação do desembargador com segurança surgiu depois que começaram a circular informações sobre as caravanas vindas de várias regiões do Brasil, atos e vigílias em defesa de Lula e da democracia.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, avaliou as notícias sobre as supostas ameaças não detalhadas pelo desembargador e supervalorizadas pela mídia golpista como mais uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais e sindicais e as lutas por direitos dos trabalhadores, das trabalhadoras e dos brasileiros mais humildes.

“Li com espanto as últimas notícias de que juízes estão se sentindo preocupados e ameaçados com nossas manifestações pacíficas e em defesa de justiça para todos e também para Lula”, disse Vagner, acrescentando que o enfrentamento dos movimentos populares sempre foi político e é isso o que vai acontecer nos dias 23 e 24, dias em que vão acontecer vigílias e atos em todo o Brasil, organizados pela CUT, as principais centrais sindicais e pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. 

O presidente da CUT afirmou ainda que as mobilizações têm como objetivo primordial a defesa da legalidade, do legítimo direito do ex-presidente Lula se candidatar nas eleições de outubro e do restabelecimento da democracia.

Segundo ele, “baderneiros não são os trabalhadores, mas quem quebrou a ordem constitucional, quem rasgou a Constituição e quem quer uma sociedade excludente, só para atender interesses dos empresários”.

Vagner disse mais: “Quem praticou violência foram os que deram o golpe, com apoio da mídia e juízes que, agora, querem fazer política a partir do Judiciário, excluindo o desejo do povo, que quer decidir o que quer nas urnas”.

Sobre o histórico de enfrentamento da CUT, Vagner lembrou que a combatividade da Central vem desde a sua fundação, ainda na época da ditadura e que lutar pelos direitos, por um Brasil com justiça para todos e inclusão social não é baderna, “é enfrentamento político, contra governos burgueses que não admitem que trabalhadores tenham direitos. É contra eles que nos insurgimos”.

 “Vamos estar nas ruas contra a reforma da Previdência Social, contra a reforma trabalhista, pela legalidade democrática e pelo fim do golpe. E este golpe só vai acabar com o direito de Lula se candidatar e se eleger, porque ele personifica toda essa luta e a retomada dos nossos direitos”, sintetizou o presidente da CUT, que conclamou os trabalhadores e a população a participarem das manifestações no dia 24.

O tríplex não é de Lula

Eugênio Aragão, que também é procurador e professor da Universidade de Brasília (UnB), comentou o que poderia mudar no julgamento do dia 24, diante da sentença da juíza Luciana Correa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, que penhorou o tríplex do Guarujá num processo que cobra dívidas da OAS, a verdadeira proprietária do imóvel. A informação foi divulgada na última sexta-feira (12).

“Se o julgamento fosse honesto e levasse em consideração esse fato novo, o relator do processo no TRF-4 abriria novo prazo para manifestações, porque isso interfere diretamente no que será julgado. Essa decisão da juíza de Brasília vai no sentido oposto da sentença proferida por Sérgio Moro e confirma a tese da defesa e as provas que apresentou, mostrando que o imóvel nunca pertenceu a Lula”, explicou o jurista.

 

 

Fonte: CUT Brasil

Deixar comentário

Matérias relacionadas