Cartas de solidariedade e esperança são escritas ao ex-presidente Lula

PACTU

Cartas de solidariedade e esperança são escritas ao ex-presidente Lula

"Segura aí, irmão! Eles não vão nos vencer", diz o pedreiro Idalmo Osório. Já a jornalista gaúcha Ângela Schardosin, pediu a Lula para resistir, "ainda que com o coração sangrando, dilacerado pela injustiça"

Homens e mulheres de todo país estão escrevendo cartas para o ex-presidente Lula, que permanece como preso político na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, no Paraná, desde o último sábado (7). Na manhã desta quarta-feira (11) foi grande a movimentação dos que querem mandar palavras de apoio e solidariedade ao presidente mais querido do Brasil. São pessoas que estão acampadas ou as que apenas passam pelo Acampamento Lula Livre, instalado nas proximidades da PF, no bairro de Santa Cândida.

Uma barraquinha para que as pessoas possam escrever cartas à Lula foi montada no local de resistência, onde centenas de pessoas se revezam ou acampam pedindo a liberdade de Lula. A barraca está perto da praça Olga Benário, como foi batizado o cruzamento das ruas Guilherme Matter e Barreto Coutinho, onde acontece os atos políticos e culturais do acampamento, desde o primeiro dia, o sábado mais triste da história, quando Lula decidiu cumprir a ordem Judicial.

A jornalista e ativista política, Maria Luíza, foi quem escreveu a primeira carta no local dando início a grande campanha nacional, e quando a reportagem do Portal CUT se aproximou ela estava verificando carta por carta muito emocionada.

Ela conta que a ideia veio na manhã do dia 8, domingo, um dia após a prisão política de Lula, em meio à angústia com a injustiça e a inquietação de imaginar o presidente do povo sozinho numa sala da Policia Federal.

"Lula não está sozinho e nunca ficará", exaltou a jornalista, se referindo a todas as ações de solidariedade e apoio que estão acontecendo em todo o Brasil e no mundo, além das cartas que estão sendo enviadas. 

"O presidente Lula é um presidente de gentes. Ele precisa dessas interlocuções. Ele é um homem da democracia e está confinado num regime diferenciado. Lula é um prisioneiro político. E nós que vivemos a ditadura e ficamos confinados sabemos o que significa essa crueldade, o que isso machuca", disse Maria Luiza.

Segundo a jornalista, as cartas podem ser encaminhadas ao ex-presidente pelos correios, mas o endereço que estão divulgando está incorreto.

"As cartas devem ser endereçadas ao Instituto Lula, em São Paulo, ou para a sede do Partido dos Trabalhadores em Curitiba e não para a sede da Polícia Federal, que pode rasgar e até mesmo fichar os remetentes das cartas”, destaca a jornalista do Rio de Janeiro. Confira os endereços no final deste texto.

Ao redor da barraca onde as pessoas vão escrever as cartas sente-se a emoção do povo no ar.

O pedreiro, Idalmo Aparecido Osório, que veio ao local para mandar sua carta, disse que a dor da injustiça que o ex-presidente está sofrendo ele sofre também. Idalmo destaca na carta que apesar das dores a luta continua.

"Segura aí irmão, que daqui de fora eu só tenho uma coisa na mente: lutar, lutar e lutar. Eles não vão nos vencer. Na minha cidade não deixo passar uma única oportunidade de conscientizar quem está a minha volta", escreveu Idalto na carta, com letra trêmula, de emoção.

A advogada Angela Patricia Schardosin, do Rio Grande do Sul, pediu folgas pendentes no trabalho para dormir no acampamento e prestar sua solidariedade ao ex-presidente Lula. Ela diz que escrever a carta alivia seu coração. Angela pede que Lula resista.

"Resista, como estamos resistindo há séculos e, principalmente, agora. Resista, ainda que com o coração sangrando, dilacerado pela injustiça. Resista por mim, por minha mãe empregada doméstica que tem como única filha que cursou ensino superior, por meus irmãos negros, pelos nossos irmãos trabalhadores do campo e da cidade, dentre tantos. Resista por nosso povo".

Angela terminou a carta com uma mensagem cheia de esperança: "Em breve todos nós viveremos dias melhores, a luta continua".

Militantes de todo o Brasil criaram a central de cartas Lula Livre, e estão montando barracas para que o povo escreva cartas para Lula em várias cidades, como em Brasília (no saguão do aeroporto) e em São Paulo (na Praça da República, a esquerda da Rua Caetano de Campos).

AEROPORTO DE BRASÍLIAAeroporto de Brasília

Serviço:

1 - Para onde as cartas devem ser encaminhadas:

Instituto Lula - R. Pouso Alegre, 21 - Ipiranga, São Paulo - SP, 04261-030

Sede do PT em Curitiba - Alameda Princesa Izabel, 160 - São Francisco, Curitiba - PR, 80510-200

Fonte: CUT Brasil

Deixar comentário

Matérias relacionadas