Golpe suprime direitos, mas une classe trabalhadora
PACTU
Com série de ataques e cortes de direitos, a cada dia aumenta mobilização para retomar projeto democrático popular.
s trabalhadores brasileiros choram nesta semana pelos dois anos do golpe contra a democracia, sacramentado pelo espetáculo grotesco dos deputados federais que, a cada voto favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, faziam exaltação à família, aos “bons” costumes e à “luta contra a corrupção”. Aquele show de horrores começou a deixar claro a farsa que seria todo o processo.
O problema é que o espetáculo de barbaridades daquele fatídico dia 17 de abril de 2016 era só a primeira tragédia para o povo brasileiro, que continua a sofrer até hoje. Os golpistas trataram de colocar em prática, de maneira imediata, a política de terra arrasada contra o povo brasileiro. Congelaram por vinte anos o gasto com saúde, educação, segurança, infraestrutura e todas políticas sociais, retirando mais de R$ 500 bilhões destas áreas, com o intuito de acabar com o SUS e cobrar mensalidade nas universidades públicas. Aprovaram propostas como a Lei da Terceirização –que permite a contratação de trabalhadores terceirizados até mesmo para as atividades-fim das empesas– e o fim das leis trabalhistas, que suprime conquistas e promove um retrocesso de décadas na luta pelos direitos e garantias da classe trabalhadora.
“Também promoveram o desmonte dos bancos públicos, com o desvio de sua função social e reestruturações que diminuem o contingente de trabalhadores, a retirada de bilhões do BNDES, da Caixa (Econômica Federal), do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, reduzindo a capacidade destes concederem financiamentos e promoverem investimentos que contribuiriam com a retomada do desenvolvimento socioeconômico do país”, apontou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
E não para por aí. A tentativa de atacar à Previdência Pública, impedida pelo povo, que foi às ruas contra mais essa barbaridade, fracassou. Porém, ainda é um objetivo dos representantes do governo, que só pensam em beneficiar a eles mesmos e àqueles que financiaram o golpe.
Os argumentos eram de que em seis meses a economia ia se recuperar, mas o desemprego só cresce. Além disso condenaram milhões de brasileiros à miséria e a fome. O rombo nas contas do governo, nos últimos dois anos, foi de mais de R$ 270 bilhões
Quem lucrou com isso foi o mercado financeiro. Os cinco dos maiores bancos do país obtiveram lucro líquido de mais de 70 bilhões ano passado.
“Se de um lado a eletricidade, o gás de cozinha e os combustíveis não param de subir, do outro foram perdoados R$ 25 bilhões em multas do Itaú, além de R$ 1trilhão em isenção de impostos para as petroleiras internacionais”, lembrou a presidenta da Contraf-CUT.
Mobilização contra o golpe
Para Juvandia, conforme o golpe foi se aprofundando, foi ficando claro para um número cada vez maior da população, da juventude e da classe trabalhadora que o impeachment não tinha nada a ver com o fim da corrupção, e sim que visava colocar em marcha a retirada dos direitos do povo.
“Todo esse conjunto de ataques e caça aos direitos vem demonstrando para o povo brasileiro que a única forma de derrotar o golpe é por meio da mobilização popular. As instituições do Estado brasileiro, todas elas, tornaram-se reféns e completamente controladas pelos golpistas. Tudo isso em apenas dois anos. Por isso, só a organização e a luta do povo nas ruas podem impedir que este cenário se amplie e piore”, afirmou.
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