'Pacote do veneno' em votação
PACTU
Dentre medidas, deputados ruralistas querem alterar nome de agrotóxicos para “fitossanitários”, de modo a encobrir o risco do uso dessas substância.
Está na Comissão Especial na Câmara dos Deputados uma série de 27 Projetos de Lei, conhecidos como “Pacote do Veneno”, que visam facilitar ainda mais as regras para registro, fabricação, comercialização e utilização dos agrotóxicos no Brasil. O país é líder mundial na utilização de pesticidas. Entre 2000 e 2004, o consumo aumentou de 170 mil para 500 mil toneladas, que vão parar nas plantações e em nossos pratos também.
A comissão tem maioria de deputados ligados à bancada ruralista, defensora dos interesses dos grandes proprietários de terras que fazem uso intensivo dos agrotóxicos em culturas de larga escala. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), atualmente 504 agrotóxicos são permitidos no Brasil. Desses, 30% são proibidos pela União Europeia.
Pelas regras defendidas pelos ruralistas, bastará que determinado agrotóxico seja oficialmente utilizado por qualquer um dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para ser automaticamente regularizado aqui. O pacote inclui a mudança da nomenclatura para fitossanitários. Para a engenheira agrônoma Carla Bueno, esse novo nome não traduz os riscos trazidos por essas substâncias, como graves danos à saúde, incluindo câncer.
No meio ambiente, contamina solo água e reduz a biodiversidade. Entidades como o Greenpeace, e mais 280 organizações, assinaram um manifesto contra a medida e também divulgaram o abaixo-assinado, que já conta com mais de 240 mil assinaturas contra a aprovação do pacote.
Participe pelo www.chegadeagrotoxicos.org.br
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