Queda da Selic é positiva, mas bancos precisam de fato baixar juros e spread
A Contraf-CUT considera um avanço importante o corte de mais 0,5% na taxa básica de juros, conforme decisão do Copom nesta quarta-feira (30), mantendo a trajetória descendente da Selic, que atingiu o menor patamar da sua história (8,5% ao ano).
"No entanto, é necessário reduzir ainda mais a Selic, de forma a aproximá-la dos níveis internacionais, e é inadiável forçar o sistema financeiro nacional a baixar de verdade as altas taxas de juros, o spread e as tarifas", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Embora todos os grandes bancos, pressionados pelo governo, tenham anunciado reduções nas taxas de juros, e usem isso até em suas campanhas de marketing, a verdade é que o crédito mais barato não chegou na ponta do consumidor, que continua pagando como antes os mais altos juros e spreads do mundo. Pior ainda, alguns bancos estão aumentando ainda mais as tarifas a pretexto de compensar a queda dos juros", critica o dirigente sindical.
"Há uma ausência total de transparência por parte dos bancos", denuncia ainda Carlos Cordeiro. "As reduções ocorrem em apenas algumas linhas de crédito, com tantas condicionantes impostas, que excluem a grande maioria dos clientes. Além disso, cada instituição usa nomenclaturas diferentes para seus produtos e serviços, o que impede comparações e a competição. Ou seja, os bancos estão enganando a população", alerta.
Conferência Nacional do Sistema Financeiro
Para Carlos Cordeiro, é preciso que o governo e as autoridades monetárias tomem medidas mais efetivas para que o barateamento do crédito chegue de fato à produção e ao consumo. Ele também defende a participação da sociedade nessa discussão.
"O crédito é estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país e os bancos são concessões públicas.
Fonte: Contraf-CUT
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