Sauditas suspendem compra de frango brasileiro e milhares podem perder emprego
PACTU
A Arábia Saudita revogou a licença de frigoríficos brasileiros para exportar frango para aquele país. Apesar de 33 frigoríficos terem autorização para a exportação da carne, os árabes compravam o frango de apenas cinco empresas. Entre as unidades descredenciadas estão JBS e BRF, gigantes do setor.
O anúncio do país, onde 90% da carne consumida é brasileira - o que dá ao Brasil um saldo comercial de US$ 1,012 bilhão -, foi feito nesta terça-feira (22), após o órgão da Arábia Saudita, que se assemelha à Vigilância Sanitária brasileira ter ‘fiscalizado’ as unidades do Brasil entre setembro e outubro do ano passado.
Segundo a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os sauditas alegaram uma questão técnica, sem dar detalhes dos reais motivos da suspensão da licença dos frigoríficos brasileiros. Há a possibilidade de que os saudistas tomaram esta decisão como reserva de mercado, já que eles compraram na França a Adux-Frango Sul e querem abrir mais vagas para a mão de obra local.
O temor dos trabalhadores e trabalhadoras é que os demais países da região do Golfo acompanhem a decisão da Arábia Saudita, o que colocará em risco, o emprego de mais de 240 mil brasileiros que trabalham nos frigoríficos cujas plantas são especializadas no corte Halal, especialmente feito para consumo daqueles países, respeitando a religião do povo árabe.
“Cada planta tem entre 1.500 a 2.000 mil trabalhadores, contando os granjeiros, os produtores de milho para ração, pequenos agricultores, motoristas de caminhão, além do comércio de 35 cidades brasileiras que dependem economicamente desses frigoríficos, o estrago será muito grande”, afirma o dirigente.
“Há muita preocupação entre os trabalhadores por causa do desemprego”.
Já para o presidente da Contac-CUT, Siderlei de Oliveira, se essa decisão for acompanhada pelos demais países árabes, a recuperação economia do Brasil será prejudicada. Ele lembrou que o setor esperava um aumento nas exportações.
Os estados que devem ser mais afetados economicamente com a decisão da Arábia Saudita são Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Groso do Sul, Minas Gerais e Bahia, onde estão localizados a maioria dos frigoríficos que fazem o corte de frango Halal.
“Já tem outros países de olho no mercado árabe. Vamos perder para o Canadá, Espanha e os Estados Unidos que disputam o mercado de frango com o Brasil, desabafa Siderlei
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