Equipes de buscas ainda procuram 194 desaparecidos em Brumadinho
PACTU
No 13º dia da maior tragédia trabalhista, social e ambiental do Brasil, as equipes de buscas localizaram 142 vítimas fatais do rompimento da barragem da Vale, que despejou uma avalanche de rejeitos de minério em Brumadinho, no último dia 25.
Segundo atualização publicada no Twitter da Defesa Civil de Minas Gerais na noite desta terça-feira (5), 194 pessoas ainda estão desaparecidas, entre eles funcionários da Vale e terceirizados que prestavam serviço à mineradora. Outros 103 moradores estão desabrigados. Segundo os bombeiros, do total de mortos, 122 já foram identificados.
Apesar do tempo nublado, as buscas por pessoas desaparecidas começaram no início desta quarta-feira (6) com cerca de 380 profissionais. Além do efetivo local, as equipes contam com o auxílio de soldados do Exército e bombeiros de outros estados, como o Maranhão; 21 máquinas pesadas e quatro caminhões.
O tenente-coronel Anderson Passos, do Corpo de Bombeiros, disse esta manhã que, por causa da chuva fina a opção das equipes de busca foi usar viaturas. Ele disse também que está usando 25 máquinas, sendo quatro delas caminhões, nas buscas dos desaparecidos.
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"Neste momento da operação, o trabalho com o maquinário pesado tem feito a diferença, associado ao trabalho das equipes caninas e dos homens em campo. Isso tudo vai sendo manejado ao longo do dia, como foi ontem, e o complicador para hoje de fato é a chuva, que em alguns momentos dificulta e, em outros, traz aspectos positivos", explicou o tenente, que coordena as buscas.
Como foram as buscas nesta terça
Nesta terça, as buscas foram feitas em 22 pontos diferentes e contaram com a ajuda de 10 helicópteros e equipes de militares a pé, de barco, escavadeiras e máquinas. Os primeiros corpos ou restos mortais só foram retirados da lama por volta das 9h45.
No balanço da Defesa Civil de Minas Gerais, três pessoas permanecem hospitalizadas.
Reivindicações dos moradores
Por volta das 19h, uma reunião tensa, entre cerca de 450 moradores, representantes do Ministério Público (MP), Defensoria Pública e executivos da Vale, que durou mais de 2 horas, terminou sem acordo. Os representantes da mineradora não aceitaram as reivindicações da comunidade.
Os atingidos pelo crime ambiental da Vale e membros do poder público pediam que a mineradora assumisse as dívidas de camponeses com financiamentos para plantações destruídas pela lama e pagamentos mensais até que as indenizações sejam determinadas pela Justiça. O pedido prevê um salário mínimo para moradores adultos, meio salário mínimo para adolescentes entre 14 e 18 anos e 25% do salário mínimo para crianças.
O pedido coletivo apresentado à mineradora também inclui a doação de R$ 5 mil para as famílias que vivem no Parque da Cachoeira.
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