1ª reunião da nova Executiva da CUT vai definir plano de lutas baseado no 13º CONCUT
PACTU
A primeira reunião da nova Direção Executiva da CUT, que começou nesta quarta-feira (11) e termina nesta quinta, reuniu os 50 sindicalistas que foram eleitos no 13º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), realizado em outubro,para estar à frente da luta da maior central sindical do país e uma das mais importantes do mundo na defesa dos direitos da classe trabalhadora.
O objetivo do encontro é definir as estratégias de luta e da organização da Central para o próximo período, com base nas resoluções do 13º CONCUT.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que tem quatro temas e quatro batalhas que ele considera prioridades para que a CUT saia com um plano de lutas que responda o momento político que o Brasil está vivendo.
Uma delas é fortalecer o movimento sindical para resistir aos ataques que o governo de Jair Bolsonaro tem feito contra os sindicatos e a classe trabalhadora. Ele aponta que a estratégia do governo é subordinar o Brasil aos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos, privatizando as empresas estatais, destruindo direitos e aumentando a rentabilidade da elite brasileira.
“Eles [Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes] precisam destruir o movimento sindical porque o projeto que eles têm para o país não consegue ser implementado se tiveram movimento sindical forte e organizado e precisamos continuar resistindo e lutar para ampliar direitos”, afirmou o presidente da CUT.
Sérgio disse que as centrais sindicais já estão fazendo esta batalha no Congresso Nacional. Ele contou que devido a pressão do governo, os sindicalistas construíram coletivamente uma Proposta de Emenda Constitucional, que trata da reforma sindical e está tramitando no Congresso Nacional. “A CUT não queria discutir isso agora, mas fomos obrigados porque estamos sendo atacados pelo governo. Nós queríamos mesmo era discutir emprego e desenvolvimento”, ressaltou o dirigente.
A segunda luta, segundo o presidente da CUT, deve ser para manter as estatais, os serviços públicos, defender a educação e a saúde públicas e de qualidade, mas que é preciso fazer o trabalho de mobilização não só nos locais de trabalho e sim em toda sociedade.
“Não vamos conseguir ser vitoriosos nessa luta se não fizermos o povo entender a importância da luta e o porque a Petrobras é um instrumento de desenvolvimento e a privatização mexe na vida de todo mundo e para isso é preciso ir além dos locais de trabalho. É preciso ir para as comunidades, para as praças e dialogar com todo mundo”, destacou.
“O apoio popular é fundamental para impedir o desmonte do estado, da educação e da saúde”, complementou o presidente.
Sérgio Nobre também pontuou a importância de lutar pela qualidade dos empregos e não aceitar que a base CUTista esteja em contratos precarizados e sem direitos. E por último, destacou a luta pela inocência de Lula, muito importante para colocar o Brasil de volta nos eixos, ressaltou.
“O desafio não é ganhar eleição, que já é um desafio grande, o desafio vai ser colocar o Brasil no eixo de novo e desfazer tudo que eles [os governos de Temer e Bolsonaro] fizeram. E a força política do ex-presidente é fundamental, então é decisiva a luta pela liberdade e inocência do presidente Lula”, finalizou.
Nova direção e programação da reunião
Mesmo antes de começar a 1ª reunião da Direção Executiva da CUT, nesta quarta, os dirigentes sindicais se apresentaram e em forma de uma dinâmica mostraram em tarjetas quais eram suas expectativas para reunião.
Ação, organização, luta e unidade foram alguns dos pontos mais expressados pelos sindicalistas.
A Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro, abriu a reunião dizendo que as expectativas apresentadas pelos dirigentes reafirmam o perfil da Central de ser combativa, forte e representativa, e pontuou que é só na CUT que mulheres, como ela, negra e rural, têm a chance de ocupar cargos estratégicos.
“As tarjetas expressam o que pensam nossos dirigentes, mas eles e elas também poderão dialogar mais nas intervenções durante os dois dias de reunião porque é muito importante construirmos a central de forma coletiva e é isso que será priorizado nesta gestão”, afirmou Carmen lembrando que no fim da reunião também será feita uma avaliação dos dirigentes sobre a reunião.
A programação do encontro foi dividido em quatro partes. No primeiro dia, com objetivo de discutir o momento político do país a presidenta da Associação dos Docentes da UFABC e professora de Relações Internacionais, Maria Caramez Carlotto, foi convidada para fazer análise de conjuntura na parte da manhã. A tarde, os sindicalistas e as sindicalistas que vieram de todos os cantos do país, discutiram as reformas, a movimentação dos partidos e as ações da CUT para, como disse Carmen Foro, “ver como vamos nos mover neste grande tabuleiro”.
No segundo e último dia da reunião, nesta quinta-feira (12) eles e elas vão definir quais serão as estratégias de luta baseado nas resoluções do Congresso, mas também em toda discussão do primeiro dia. Na parte da tarde, os dirigentes sindicais vão propor ações para adequar as condições da CUT para dar conta do plano de lutas e estratégias para o próximo período.
“A ideia é que nesta reunião a gente saia daqui com uma linha estratégica do que vamos fazer no próximo período articulando tudo isso com planejamento em fevereiro para que a gente dê conta de nossas missões futuras”, destaca Carmen.
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