Empregados denunciam desmonte da Caixa

PACTU

Empregados denunciam desmonte da Caixa
Mobilização em Umuarama, no Paraná

O objetivo das mobilizações, no chamado esquenta para do dia 13, foi evidenciar ataque aos direitos dos trabalhadores e à instituição pública

Os empregados da Caixa denunciaram à sociedade, nesta quarta-feira (5), o desmonte do banco público. Uma carta que chama a atenção para os pontos negativos da reestruturação e para os ataques ao papel social do banco foi distribuída aos clientes. O material também denuncia o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desmonte do banco.

“A Caixa tem um papel social e econômico na vida de milhares de brasileiras e brasileiros. Não apenas dos bancários, mas também de clientes, usuários e trabalhadores informais. Tirar esse papel do banco, é impactar na vida de toda a população”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que lembrou ainda que a reestruturação sinaliza uma clara mudança no perfil do banco com foco nos negócios. “As mudanças prometiam o fortalecimento da Caixa frente à concorrência, mas o que se viu foi exatamente o contrário: o banco público perdeu mercado para os bancos privados”, explicou.

No final do mês passado, a direção do banco anunciou uma nova reestruturação na rede, com a justificativa de “alinhamento da Matriz com a Rede” e “garantia do padrão na execução das diretrizes corporativas”. “Desde 2016, quando este processo começou, está claro que não existe reestruturação e sim desmonte da Caixa. Por isso, denunciamos às prefeituras, câmaras de vereadores e deputados do país toda essa sabotagem nítida e clara, com o objetivo de preparar para uma futura privatização”, finalizou o coordenador.

Diversos deputados comprometidos com a defesa do país fizeram depoimentos para fortalecer a denúncia quanto ao desmonte da Caixa e do estado brasileiro. O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) parabenizou as entidades representativas dos empregados e os sindicatos dos bancários de todo o país que realizaram mobilização para denunciar o processo de privatização. “E como é que eles fazem este desmonte? Eles tiram as partes boas da Caixa, venda de ações, cartões. Enfim, toda a parte que pode dar rentabilidade para a Caixa poder fazer sua parte social – que é tão importante para o povo trabalhador, com habitação e fundo de garantia –, e estão entregando a parte boa para os bancos. Porque o Paulo Guedes tem interesse nos banqueiros e não no Brasil. Estou aqui para dizer mobilizem-se contra essa política do Guedes.”

A deputada Érika Kokay (PT/DF) destacou a venda das loterias ao dizer que mais de 30% dos recursos dos jogos vão para as políticas sociais. Segundo a deputada, a gestão do banco quer fechar as agências prejudicando a população mais pobre. “A Caixa é responsável por 98% dos créditos habitacionais de baixa renda nesse país. Eles querem arrancar da Caixa os cartões, querem tirar o que é lucrativo. E agora são dezenas de superintendências que vão fechar. Quer fechar a Caixa que está no meio do povo, dialogando com a população. Por isso temos que defender a caixa”, defendeu Érika.

O deputado Zé Carlos (PT-MA) também dedicou sua fala para denunciar o desmonte que está em curso da Caixa Econômica Federal, com o nome de reestruturação. “Peço apoio aos parlamentares desta Casa para que não deixemos uma empresa sólida, com milhares e milhares de sonhos realizados pelo Brasil, em vários segmentos do programa do governo, ser destruída por este governo. O governo Bolsonaro mente quando diz que a Caixa não vai ser privatizada. Na realidade, ela já está sendo privatizada. Portanto, temos que pedir isso. A Caixa não é do governo, a Caixa é do povo brasileiro.“

BRASÍLIA

Em Brasília (DF), o sindicato dos bancários visitou a Matriz 3 da Caixa. A representante da Contraf-CUT na Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara, destacou que a mudança poderá gerar mais assédio, cobranças de metas absurdas e adoecimento dos trabalhadores. “O sindicato estará à disposição para dar todo o respaldo aos empregados que poderão ser afetados”, assegurou. Ainda segundo Fabiana, a visita às agências é importante para salientar o papel fundamental dos trabalhadores na defesa do banco público. “A Caixa já passou por diversos ataques e foi graças à mobilização dos empregados que foi possível superar esses desafios. Defendendo a Caixa, defendemos os nossos direitos e da população”, destacou.

SÃO PAULO

Em São Paulo, as visitas aconteceram em sete agências e em superintendências da instituição. De acordo com o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis, os trabalhadores estão indignados com as medidas tomadas pela gestão do banco. “Hoje foi um dia importante de luta e os trabalhadores puderam usar a #SomosMuitasCaixas e #ACaixaéTodaSua nas redes sociais para mostrar essa indignação. Porque nós somos muitas Caixas, todas importante nas cinco regiões do Brasil, para as prefeituras, estados e para o desenvolvimento do Brasil”, avaliou Dionísio.

ESPÍRITO SANTO

Na capital do Espírito Santo, a mobilização dos empregados retardou em uma hora a abertura da agência da Reta da Penha.  “Essa reestruturação é a mudança do conceito da Caixa. É uma medida de desmonte da empresa como banco público”, denunciou a diretora do sindicato Rita Lima.

BAHIA

O sindicato dos bancários da Bahia realizou reuniões com empregados da Superintendência Regional, CICOC/REMOB, GIHAB e da agência digital, no Edifício 2 de Julho, na Paralela. Na oportunidade, os diretores do sindicato chamaram atenção para a necessidade dos trabalhadores participarem das mobilizações contra os ataques aos direitos. Trataram também das ameaças ao Saúde Caixa e ao acordo coletivo de trabalho, que vence em 31 de agosto.

CEARÁ

Em Fortaleza, a manifestação aconteceu na agência da Praça do Ferreira, onde os diretores do sindicato realizaram conversas com clientes e empregados denunciando os ataques ao banco e mostrando a importância de se manter a Caixa 100% pública. “Nunca se viu tamanha mudança no perfil da Caixa. O nosso foco é manter o papel social da Caixa, que o banco permaneça 100% público, atendendo a população, porque a Caixa é do povo brasileiro. Mas para que possamos vencer essa batalha, precisamos fortalecer ainda mais nossa mobilização e unidade, para garantir nossos direitos e a Caixa que queremos”, disse o diretor do sindicato e da Fenae, Marcos Saraiva.

MARANHÃO

Os bancários maranhenses concentraram na Praça Deodoro, no Centro de São Luís, em frente a Caixa, para defender os direitos dos trabalhadores. Os sindicalistas destacaram a política de demissão voluntária e o fechamento de agências realizadas pela gestão da Caixa e que ocasionará uma série de prejuízos aos bancários e à população.

SERGIPE

O Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) se reuniu na Superintendência para falar contra o projeto de redução do perfil social da Caixa. Os sindicalistas também leram a carta do movimento sindical bancário (CEE/Caixa), Contraf-CUT, Fenae, Federação dos bancários da Bahia e Sergipe).

Rodada de Negociação

No dia 12 de fevereiro, a Comissão Executiva dos Empregados se reúne com a Caixa para mais uma rodada de negociação. A cobrança referente à reestruturação será pauta na reunião.

Fonte: Contraf-CUT

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