Presidente da Fundação Palmares demite figuras importantes para a cultura afro-brasileira

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Presidente da Fundação Palmares demite figuras importantes para a cultura afro-brasileira
Sergio Camargo também causou polêmica em discurso racista para a imprensa

Polêmico desde antes de sua posse por seu comportamento racista, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo, causou revolta mais uma vez ao retirar dos cargos da instituição personagens importantes e reconhecidos pelos anos de trabalho realizado em prol da cultura afro-brasileira. De acordo com ele, objetivo é montar uma nova equipe de extrema direita.

Entre os demitidos estão os responsáveis pela Diretoria de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileiroa (DEP), Clóvis André da Silva, pela Diretoria de proteção Afro-brasileira (DPA), Sionei Leão, e pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (Cenirp), Kátia Martins.

Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o presidente não representa a fundação, que tem como principal objetivo promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. “Ele representa a direita reacionária e escravocrata desse país. Ele é um serviçal do Bolsonaro e precisa ser combatido diariamente. Queremos que a Fundação Palmares volte as origens e valorize a cultura negra”, afirmou.

Em nota, a Fundação Cultural Palmares (FCP) afirmou que Sergio Camargo “no direito e exercício de sua função se organiza para trazer a sua equipe tendo como objetivo o cumprimento da missão institucional”.

Discurso racista

Essa não é a primeira vez que o presidente da Fundação Palmares causa polêmica. Em uma entrevista para a imprensa, Sergio Camargo afirmou que o Dia da Consciência Negra tem de acabar. Ele disse ainda que a data não é para o negro brasileiro e o que depender dele a Fundação Palmares não dará suporte algum a essa data.

Para Almir Aguiar, o discurso segue as diretrizes do governo em mais uma tentativa de enfraquecer a população negra “Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, decretando o fim da escravidão no Brasil. Na época o número de escravizados, era menor que o de negros livres, alforriados e refugiados nos quilombos, o império o estava sob pressão dos movimentos abolicionistas nacionais e da Inglaterra, mas a liberdade seria uma questão de tempo. Penso que essa data, é mais para reflexões e debates do que propriamente para grandes comemorações. Até porque está Lei só tinha dois artigos, e nada para proteger a população negra, que não teve direito a terras, moradia, educação, emprego, saúde, pelo contrário, eram proibidos de circular na cidade, eram proibidos de frequentar escolas públicas, e o que foi negado aos negros, ofereceram aos imigrantes brancos.

Fonte: Contraf-CUT

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