Mulheres ganham 22% menos do que os homens no País, revela DIEESE

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Mulheres ganham 22% menos do que os homens no País, revela DIEESE
A maior diferença (-30%) foi encontrada no Mato Grosso do Sul. Em segundo lugar estão PR e RGS (-28%) e, em terceiro, SC (-26%)

Mesmo estudando mais, as mulheres brasileiras, maioria da população do país (51,7%), segundo o IBGE, lideram as taxas de desemprego, ganham menos e passam mais tempo ocupadas com tarefas domésticas do que os homens.   

No quarto trimestre de 2019, o rendimento mensal médio das mulheres foi 22% menor do que o dos homens em todo o Brasil. Na média nacional geral, elas ganharam R$ 1.958,00 por mês contra R$ 2.495,00 dos homens.

Entre as mulheres que têm ensino superior, a diferença foi ainda maior, -38% do que os homens. E não importa se ocupam os mesmos cargos, elas continuam ganhando menos. A cada 10 diretores e gerentes, quatro eram mulheres no 4º trimestre de 2019, com rendimento médio 29% menor. 

Os dados são do estudo “A inserção das mulheres no mercado de trabalho” feito pelo Dieese, divulgado nesta terça-feira (3). 

De acordo com o Dieese, as altas taxas de desemprego que vêm sendo registradas no Brasil desde o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, também atingem mais as mulheres (13,1%) do que os homens (10,2%).

O drama é maior ainda entre as que são responsáveis pelo domicílio – criam os filhos, pagam as contas e fazem todas as tarefas do lar. Neste grupo, 9,2% das chefes do lar estavam desempregadas no 4º trimestre de 2019, contra 5,1% dos homens.

Para Juneia Batista, Secretária Nacional de Mulheres da CUT, o dado sobre a baixa renda das chefes de família ajudam a entender o crescimento da pobreza no país nos últimos anos.

"Considerando que 40% das famílias são chefiadas  por mulheres no Brasil, remunerações menores do que a dos homens implicam diretamente nos níveis de pobreza das famílias". 

O salário mais baixo se reflete no valor das aposentadorias. As mulheres receberam no período analisado benefício 17% menor do que os dos homens.

Falta de creche tira mulher do mercado de trabalho

A pesquisa do Dieese também constatou que a falta de creche é um grande problema para as mães que precisam trabalhar. Das mulheres com filhos em creches, 67% tinham trabalho remunerado. 

Já entre as que não conseguiram matricular os filhos em creches, somente 41% estavam trabalhando no 4º trimestre do ano passado.

A desigualdade nas Regiões do Brasil

A desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens é maior ainda em algumas Regiões do País,  mostra o estudo do Dieese.

As maiores diferenças foram registradas no Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste, onde as mulheres ganhavam menos 30% do que os homens. Em segundo lugar, está a Região Sul: no Paraná e no Rio Grande do Sul, as mulheres ganhavam 28% a menos do que os homens, em Santa Catarina a diferença é de -26%. 

Já na Região Nordeste, os campeões de desigualdade são a Bahia, onde as mulheres ganhavam menos 21% do que os homens e Rio Grande do Norte, -15%.

Na Região Sudeste, Minas Gerais lidera o ranking da desigualdade no mercado de trabalho. As mineiras ganhavam 28% a menos do que os homens. Em segundo está o Espírito Santo, com -27%. 

O Estado onde foi registrada a menor diferença salarial entre homens e mulheres é o Amazonas, com -5%. Mas foi na Região Norte que o Dieese registrou diferença de -20% em Rondônia e também os menores salários pagos no país tanto para homens quanto para mulheres. 

De acordo com a Secretária Nacional de Mulheres da CUT, o estudo dá visibilidade as desigualdades entre homens e mulheres, no trabalho e na sociedade.

Nesse sentido, diz Juneia, o grande desafio para o movimento sindical é  incluir na agenda das centrais a busca por igualdade no mercado de trabalho.

"Romper com as desigualdades é tarefa urgente, pois estas se refletem no mundo do trabalho e se espalham na sociedade como um todo, exemplo disso é o assédio nos locais de trabalho e a violência doméstica", ressalta Juneia.

É preciso garantir autonomia econômica para as mulheres, romper com as diferenças de remuneração, é um bom começo

Fonte: CUT

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