Brasil da pandemia: quase 9 milhões em ‘home office’ e 15 milhões afastados

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Brasil da pandemia: quase 9 milhões em ‘home office’ e 15 milhões afastados
Além disso, quase 29 milhões não conseguiram procurar emprego ou não acharam trabalho. E perto de 4 milhões foram atrás de atendimento médico

São Paulo – Apenas na última semana de maio, quase 18 milhões de pessoas não conseguiram procurar emprego, por causa de pandemia ou por falta de vagas na região, e outros 11 milhões tentaram, mas não encontraram. Os dados são do IBGE, que lançou ontem (16) uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a Pnad Covid-19, para acompanhar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho. O levantamento é feito com apoio do Ministério da Saúde.

O instituto estima que em maio havia 84,4 milhões de ocupados no país, com 169,9 milhões de pessoas em idade de trabalhar. Ou seja, menos da metade (49,7%) estava trabalhando.

O Brasil tem 29,1 milhões de trabalhadores na informalidade. Entre eles, empregados no setor privado sem carteira, trabalhadores domésticos, não contribuintes ao INSS e trabalhadores por conta própria. Mas a taxa de informalidade caiu de 35,7% para 34,5% durante o mês.

Colchão amortecedor

“A informalidade funciona como um colchão amortecedor para as pessoas que vão para a desocupação ou para a subutilização”, comenta o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. “O trabalho informal seria uma forma de resgate do emprego, portanto não podemos dizer que essa queda é positiva.”

Das quase 75 milhões de pessoas fora da força de trabalho, 23,7% gostariam de trabalhar mas não buscaram uma atividade por causa da pandemia ou por falta de oportunidade na região onde vivem. E dos mais de 84 milhões de ocupados, quase 15 milhões (17,2%) estavam afastados – em quarentena ou férias coletivas. E 8,8 milhões (13,2%) trabalharam de forma remota, em home office.

Rede de saúde

Ainda de acordo com a Pnad Covid19, na última semana do mês passado 3,6 milhões de pessoas com sintomas de gripe procuraram atendimento médico. Mais de 80% dos atendimentos foram feito na rede pública de saúde.

Do total que buscou atendimento, 1,1 milhão foram a hospitais, e 127 mil pessoas foram internadas. Mas, segundo o instituto, 22,1 milhões relataram ao menos um de 12 sintomas comuns a diversas gripes, que podem também ocorrer na covid-19. A mais frequente, relatada por 10,2 milhões, foi a dor de cabeça.

Segundo a pesquisa, da primeira para a quarta semana de maio, o número de pessoas que relataram sinais de gripe caiu de 26,8 milhões para 22,1 milhões. É um possível efeito do distanciamento social, avalia a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira.

“As medidas de isolamento fizeram com que pessoas acabem não se infectando, porque estão em suas casas. Por exemplo, quem tem filhos sabe que eles pegam gripe na creche e na escola, o que não ocorre com a suspensão das atividades”, comentou.

Outro dado da pesquisa aponta a automedicação. De acordo com o instituto, 83,5% das pessoas com sintomas de gripe não procurou atendimento. São mais de 18 milhões, e 58,6% tomaram remédio por conta própria.

Setor de serviços

O IBGE informou nesta quarta-feira (17) que o volume de serviços no país caiu 11,7% de março para abril, pior resultado da série histórica, iniciada em 2011. É a terceira taxa negativa seguida, acumulando 18,7% nesse período.

Na comparação com abril do ano passado, o volume de serviços cai 17,2%. O setor acumula retração de 4,5% no ano e de 0,6% em 12 meses.

Fonte: RBA -Rede Brasil Atual

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