Mais pedágios para os paranaenses se depender de Ratinho e Bolsonaro.

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Mais pedágios para os paranaenses se depender de Ratinho e Bolsonaro.

Frente Parlamentar do pedágio, une oposição e situação que denunciará ao MP irregularidades em novo contrato com concessionárias proposto pelo governo federal. Atual contrato acaba em novembro de 2021.

Poucos são os temas que unem oposição e situação a atuarem contra o governo, um deles é o pedágio no Paraná. Considerado caro e abusivo pelos usuários, o pedágio no Paraná é algo que faz os deputados, que pretendem estender seus mandatos, se preocuparem com a opinião de seus eleitores.

Nessa semana os holofotes sobre o pedágio se reacenderam diante de um novo modelo aqui no Paraná, um modelo híbrido. É a proposta do governo federal abraçada pelo governador do Paraná Ratinho Junior que trilha os mesmos caminhos do governador Jaime Lerner ao implantar mais praças de pedágios no Paraná em rodovias federais e estaduais.

A proposta contempla quinze novas praças de pedágios além das 27 que o Paraná já tem, totalizando 42 praças de pedágios. O novo modelo proposto pelo governo transformará 2,5 mil quilômetros de rodovias pedagiadas em 3,8 mil quilômetros, ou seja, 1,3 quilômetros a mais de rodovias pedagiadas.

 

Proximidades das novas praças

– Sengés (PR-151)

– Siqueira Campos (BR-272)

– Jacarezinho/Ourinhos (BR-153)

– Califórnia (BR-376)

– Norte de Tamarana (PR-445)

– Jussara (PR-323)

– Tapejara (PR-323)

– Perobal/Cafezal do Sul (PR-323)

– Guaíra/Terra Roxa (BR-272)

– Guaíra/Mercedes (BR 163)

– Toledo/Cascavel (BR-467)

– Capitão Leônidas Marques (BR-163)

– Ampere (PR-182)

– Renascença (BR 280)

– Guairaçá (BR-376)
 

Ontem, dia 19, ocorreu uma reunião da Frente Parlamentar do Pedágio, com transmissão pela página do facebook da ALEP. O presidente da Frente, o deputado Estadual Arilson Chioratto (PT), inicia a reunião dizendo que esse ano no Paraná, promete ser de muitos debates em torno do pedágio devido ao fim dos contratos de concessão em novembro de 2021. Arilson alerta que o governo usa a imprensa para passar mensagem positiva sobre o pedágio: “rumores na imprensa dão conta que o novo modelo será um modelo híbrido, mas com metade de outorga investida nas estradas. Uma mensagem muito boa em nível de mídia, mas não retrata a essa forma (do contrato)”

O deputado denuncia que “é um show de horrores a nova modelagem de pedágio no Paraná” e faz o alerta sobre os termos do contrato como “incentivo a execução de obras para duplicação” onerando mais ainda o contribuinte e os cofres públicos, ou seja “ o que era obrigação agora passa a ser incentivo” nas palavras do deputado. Esse modelo também impõe um limitador de desconto a ser oferecido pelas concessionárias, favorecendo assim as empresas que administram o trecho. Arilson ainda denuncia que os contratos passarão de 25 para 30 anos de concessão, teremos mais praças de pedágios no Estado (27 para 42) e ao longo de 30 anos aumentando o número de veículos circulando ampliando ainda mais o lucro das concessionárias.

Na reunião da frente, o deputado ainda denuncia que obras que eram para estar prontas, vêm previstas no novo modelo. Como por exemplo, o contorno de Arapongas, que era para estar pronto no contrato atual e ela aparece novamente como promessa no novo modelo de contrato. Segundo o deputado Arilson Chioratto, essa frente parlamentar tem o compromisso de se unir em torno do interesse dos paranaenses com o objetivo de impedir que isso ocorra.

Os deputados da situação apresentaram suas críticas ao projeto e cobraram um posicionamento do governador Ratinho Jr. O Subtenente Everton (PSL) cobra do governo quem são os empresários que estão por trás colocando os paranaenses como “escravos do pedágio”. O deputado Evandro Araújo (PSC) afirma que esse modelo não serve para a população paranaense e chama a responsabilidade de quem defende o governo federal para cobrá-lo em relação ao projeto. Ainda a deputada Mabel Canto (PSC), chama a proposta de “propaganda enganosa” esse modelo de pedágio. O Deputado Soldado Fruet (PROS) afirmou que o maior prejudicado é o povo paranaense e precisa que o governador ouça os deputados e se posicione.

Ficou marcada mais uma reunião da Frente Parlamentar para o próximo dia 26. Além disso, os deputados prepararão uma denúncia para o Ministério Público, expondo as obras em duplicidade, que estão no contrato vigente e aparecem novamente na nova proposta e também saem dessa reunião com um calendário de audiências públicas em diversas regiões do Estado para discutir o projeto com a população.

Para o presidente da CUT PR Márcio Kieller, o governo precisa ouvir a população e não apenas o grande empresariado. “Não é de hoje que o cidadão paranaense reclama dos preços abusivos dos pedágios no Paraná. Além disso esse novo modelo proposto pelo governo federal apresenta irregularidades, já denunciadas pelos deputados, que apenas favorecem as concessionárias”. Ainda sobre a intenção do governo, Kieller argumenta que “É preciso que a sociedade civil se atente e esse tema e participem das audiências públicas promovidas pela frente parlamentar pois se não houver pressão popular, os governos federal e estadual já se mostraram dispostos a penalizar cada vez mais os mais pobre em detrimento dos mais ricos”, completa.

Fonte: CUT-PR

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