Ação solidária da CUT vai provar que preço justo no gás de cozinha é possível

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Ação solidária da CUT vai provar que preço justo no gás de cozinha é possível

Objetivo da ação é provar e dialogar com a população que os preços dos combustíveis poderiam ser menores se o governo mudasse a política de preços de paridade de importação na Petrobras

Andre Accarini

Na próxima quinta-feira (4), a CUT, confederações e sindicatos filiados farão uma ação solidária em várias cidades do país para demonstrar, na prática, como os preços dos combustíveis poderiam ser mais baratos não fosse a política da Petrobras de acompanhar os preços de importação. Além de cobrar o preço internacional é acrescido o custo do transporte e seguro até vir para o Brasil. Em parceria com movimentos sociais e associações de moradores, serão distribuídos cupons de desconto para a aquisição de botijões de gás com preço inferior ao praticado no mercado – que em muitos locais do país chega a R$ 120,00.

A campanha tem como foco conscientizar a população sobre os impactos sociais da política de preços das Petrobras que tem penalizado os trabalhadores brasileiros. Nesta terça-feira (2), a estatal anunciou mais um aumento de cerca de 5% nos preços. É o terceiro do ano para o gás de cozinha, quarto do ano para o diesel e quinto aumento da gasolina em 2021.

Mais do que denunciar o alto custo dos combustíveis, como o gás de cozinha, a gasolina e o diesel, sindicalistas vão explicar que é possível vender mais barato e, do próprio bolso, vão subsidiar esses produtos para a população, vendendo pelo o que deveria ser o preço justo. A ação já foi realizada com sucesso em outras ocasiões quando a Federação Única dos Petroleiros (FUP) subsidiou descontos aos consumidores, para a compra de gasolina e diesel.

“O Brasil tem petróleo suficiente para o consumo interno e até sobra pra exportar e temos refinarias da Petrobras pra refinar esse petróleo. O custo da empresa é em real. Por que cobrar em dólar da população?”, questiona o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, que também é trabalhador petroleiro.

De acordo com o dirigente, o brasileiro não tem que pagar no combustível o mesmo preço de países que não têm uma gota de petróleo e nem refinarias. “Essa política de preços tem que mudar. O combustível tem que baixar ou o Brasil vai parar! Preço justo nos combustíveis é urgente e necessário!”, diz Roni Barbosa.

Quem mais sofre com os aumentos é a população mais pobre. “Trabalhadores assalariados, nas periferias, desempregados, aqueles que contavam com auxílio emergencial para sobreviver durante a pandemia, são as principais vítimas dessa política. Não têm como comprar um botijão de gás para poder cozinhar o pouco que conseguem comprar de alimentos, que também estão cada vez mais caros”, diz o secretário de Relações do Trabalho da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento.

Ele explica que a ação solidária da CUT e da FUP vai provar à toda sociedade que é possível praticar preços mais acessíveis à população.  “Será um dia de diálogo com os trabalhadores para retratar o que está acontecendo em nosso país, sobre o que pode mudar e sobre a importância de todos estarem mobilizados contra esse governo que não tem nenhuma preocupação com os trabalhadores mais pobres”, diz Ari.

 

Um dia de mobilização

A ação faz parte do Dia Nacional de Mobilização, organizado pela CUT e centrais sindicais, contra a redução do papel do Estado promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). As pautas incluem a defesa das empresas estatais que são estratégicas para o desenvolvimento do país, com geração de emprego e renda; defesa do serviço público que vem sendo sucateado desde o governo de Michel Temer (MDB-SP) e que agora sofre mais ataques com a proposta de reforma Administrativa; e ainda luta pelo auxílio emergencial para garantir condições de sobrevivência àqueles que perderam sua renda durante a pandemia.

O combate a pandemia de forma eficaz, negligenciado por Bolsonaro até agora, também é pauta de reivindicação neste dia. ‘Vacina Já!’ é a bandeira de luta para que o Governo Federal tome providências urgente e eficazes para garantir a imunização de toda a população para que o país consiga reduzir o número de vítimas da Covid-19.

Para além do subsídio ao gás de cozinha, outras ações estão sendo coordenadas pelas estaduais da CUT em conjunto com movimentos sociais e outras centrais.

 

Categorias se mobilizam

Num esforço de levar o diálogo à população, em especial nesses tempos de pandemia em que todos os cuidados com a contaminação devem ser rigorosamente seguidos, as entidades representativas do setor público e privado, ligadas à CUT, também se somarão, apoiando as ações, respeitando protocolos de segurança como distanciamento social e uso de máscaras.

Bancários já têm ações programadas em vários locais, nas proximidades de postos BR, para além de conscientizar sobre os preços dos combustíveis, mostrar a importância e o papel social de bancos públicos como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) para o desenvolvimento do país.

 

Defesa das estatais

A CUT lançou, no último dia 25 de fevereiro, uma campanha de mídia contra as privatizações, contra a entrega de bens nacionais ao capital internacional, enfim, contra o fim de nossa soberania.  Essas peças estão sendo veiculadas em rádios, TVs, sites, redes sociais e grupos de WhatsApp.

A ação do dia 4 de março, que vai unir ramos do setor público e privado da Central, integra um conjunto de ações no sentido de conscientizar a população contra os prejuízos que as privatizações representam e ainda ampliar a mobilização e o diálogo junto a classe trabalhadora.

 

Locais de mobilização

Veja alguns locais onde ações solidárias serão realizadas:

Bahia
Diesel a preço justo: serão 10 mil litros ao preço de R$ 3,09 (limite de 100 litros por caminhão). A partir das 7h, no Posto Aratu, em Salvador (sentido - Salvador/Feira de Santana), na BR 324, km 16,5

Ceará
Gasolina a preço justo em Fortaleza. Serão 1700 litros de gasolina ao preço de R$ 3,50 (Limites: 20 litros por carro, 5 litros por moto).

Espírito Santo
Ação ocorre nesta quarta-feira (3): gasolina para os 100 primeiros veículos que chegarem a partir das 11h com desconto de R$ 2,00 por litro (limitados a 20 litros por carro e 10 litros por moto), em São Matheus, no Posto Mas Negro.

Minas Gerais
“Gasolina a preço justo”: Ação da FUP e CUT/MG. Serão 4 mil litros, com limites de 20 litros por carro e 10 litros por moto. Público alvo: motoristas de aplicativo.

Pará
Em Belém serão distribuídos 100 botijões a preço justo para as mulheres da periferia da cidade, em uma parceria FUP, MAB e CUT/PA.

Paraíba e Pernambuco
Distribuição de vales-desconto para 50 botijões em comunidades carentes.

Gasolina a preço justo: 2.800 litros ao preço de R$3,50 (limites: 20 litros por carro e 5 litros por moto) no Posto Modelo (Av. Getúlio Vargas) em Feira de Santana, às 13h.

Rio de Janeiro (Norte Fluminense)
Serão 300 botijões subsidiados ao preço de R$ 40,00 em uma ação conjunta com o Sindipetro-NF em Caxias, na manhã do dia 4, no Conjunto Habitacional Dom Jaime Câmara em Padre Miguel.

Rio Grande do Norte
A “Ação Gasolina” será realizada entre os dias 8 e 12 de março, com início em Mossoró e previsão para alcançar os principais municípios do estado. Serão 2.000 litros de combustível somente em Mossoró. Público principal: motoristas de transporte autônomos.

Rio Grande do Sul
Ação de distribuição de descontos para 50 botijões, em conjunto com o Movimento Atingidos por Barragens (MAB) no dia 15/03, em comunidades de atingidos.

Outros estados:
Paraná e Santa Catarina estão em lockdown por conta da pandemia, e realizarão ações somente na próxima semana.

*locais a serem confirmados serão divulgados nesta matéria posteriormente

Fonte: CUT

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