Auxílio começa a ser pago, mas centrais sindicais defendem valor maior
PACTU
O movimento sindical defende um auxílio de R$ 600 e a aceleração da vacinação para todos os trabalhadores
A Caixa começa nesta terça-feira (6) a pagar a primeira das quatro parcelas do novo auxílio emergencial para trabalhadores e trabalhadoras desempregados e informais. Apesar do agravamento da pandemia do novo coronavírus e de centenas de cidades terem adotado um isolamento mais rigoroso para conter a transmissão do vírus, o governo de Jair Bolsonaro pagará um valor bem menor do que o que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2020. Além disso, um número bem menor de pessoas terá direito ao benefício.
A previsão é de que 45,6 milhões de pessoas recebam o benefício este ano. No ano passado, quase 68 milhões receberam o auxílio. O valor do benefício caiu de R$ 600, pagos em 2020, para, em média, R$ 250 e apenas uma pessoa por família poderá receber o auxílio – no ano passado, até duas pessoas da mesma casa podiam receber. As mulheres chefes de família, que no ano passado receberam R$ 1.200, receberão apenas R$ 375 este ano. E os desempregados e informais que viverem sozinhos receberão menos ainda, apenas R$ 150.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre disse que por isso a principal bandeira do movimento sindical atualmente é a luta por um auxílio emergencial digno e por vacinas para todos. “O nosso principal objetivo agora é a defesa da vida, porque quem está morrendo na pandemia é a classe trabalhadora”, afirmou.
De acordo com pesquisa nacional do Dieese, em fevereiro o valor médio da cesta básica ultrapassou os R$ 600 e em algumas capitais chegou a R$ 639. Em 12 meses, o valor do conjunto de alimentos da cesta subiu 26,4%. “Como já alertamos, esse valor do auxílio corresponde pouco mais de um terço do custo da cesta básica”, observa o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto. “O país tem mais de 60 milhões de brasileiros que ou estão desempregados ou são trabalhadores que tiveram a renda drasticamente reduzida. Muitos ficaram sem recursos inclusive para comer”, acrescenta.
Para o presidente da Fenae, o valor de R$ 600 pago em 2020 contribuiu também para a redução dos impactos da crise econômica. “É o consumo que faz a economia girar. Se há queda na atividade econômica, a arrecadação também é menor”, destaca Takemoto.
O Dieese também aponta que o trabalhador remunerado pelo piso nacional (R$ 1,1 mil) comprometeu em média, no último mês de janeiro, mais da metade do salário mínimo — 54,93% — só com a compra dos alimentos básicos consumidos por uma pessoa adulta.
Calendário
Nesta terça-feira, começam a receber os trabalhadores informais, microempreendedores individuais, desempregados e outras pessoas afetadas pela pandemia nascidas no mês de janeiro, além de integrantes do Cadastro Único do governo federal. Os depósitos serão feitos na conta de forma escalonada até agosto, nas contas digitais do Caixa Tem. As liberações de saques terminam em setembro. Mas, nos primeiros dias, as pessoas não poderão sacar, poderão movimentar o dinheiro para pagar contas por meio do aplicativo ou para fazer compras pela internet ou em débito. Depois de algumas semanas, poderão sacar ou transferir para outra conta o que e se sobrar algum dinheiro no Caixa Tem.
Os beneficiários do Bolsa Família começarão a receber a partir de 16 de abril, conforme o calendário de pagamentos do programa que será de acordo com o mês de nascimento. A Dataprev (empresa de tecnologia da Previdência) já processou mais de 40 milhões de cadastros para a liberação do primeiro lote de pagamentos. Desde sexta-feira (02), os trabalhadores e trabalhadoras cadastrados no programa podem verificar se foram aprovados no site da Dataprev: https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#.
A Caixa também liberou a consulta aos cadastros aprovados pelo site auxilio.caixa.gov.br ou pelo telefone 111.
Confira o calendário da primeira parcela:
Beneficiários que fizeram cadastro pelo aplicativo ou estão no Cadastro Único
Depósitos
Nascidos em janeiro - 6 de abril (terça-feira)
Nascidos em fevereiro -9 de abril (sexta-feira)
Nascidos em março -11 de abril (domingo)
Nascidos em abril -13 de abril (terça-feira)
Nascidos em maio - 15 de abril (quinta-feira)
Nascidos em junho - 18 de abril (domingo)
Nascidos em julho -20 de abril (terça-feira)
Nascidos em agosto -22 de abril (quinta-feira)
Nascidos em setembro -25 de abril (domingo)
Nascidos em outubro - 27 de abril (terça-feira)
Nascidos em novembro -29 de abril (quinta-feira)
Nascidos em dezembro - 30 de abril (sexta-feira)
Saques e transferências
Nascidos em janeiro - 4 de maio (terça-feira)
Nascidos em fevereiro - 6 de maio (quinta-feira)
Nascidos em março - 10 de maio (segunda-feira)
Nascidos em abril - 12 de maio (quarta-feira)
Nascidos em maio -14 de maio (sexta-feira)
Nascidos em junho- 18 de maio (terça-feira)
Nascidos em julho - 20 de maio (quinta-feira)
Nascidos em agosto - 21 de maio (sexta-feira)
Nascidos em setembro - 25 de maio (terça-feira)
Nascidos em outubro - 27 de maio (quinta-feira)
Nascidos em novembro - 1 de junho (terça-feira)
Nascidos em dezembro - 4 de junho (sexta-feira)
Beneficiários do Bolsa Família
Final do NIS 1 – 16 de abril (sexta-feira)
Final do NIS 2 – 19 de abril (segunda-feira)
Final do NIS 3 – 20 de abril (terça-feira)
Final do NIS 4 – 22 de abril (quinta-feira)
Final do NIS 5 – 23 de abril (sexta-feira)
Final do NIS 6 – 26 de abril (segunda-feira)
Final do NIS 7 - 27 de abril (terça-feira)
Final do NIS 8 – 28 de abril (quarta-feira)
Final do NIS 9 – 29 de abril (quinta-feira)
Final do NIS 0 – 30 de abril (sexta-feira)
Com informações da CUT Nacional
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