Dilma acata proposta da Contraf-CUT de conferência sobre sistema financeiro

Dilma acata proposta da Contraf-CUT de conferência sobre sistema financeiro
Na reunião mantida nesta terça-feira 6 com a direção da CUT Nacional, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Roussef acatou a proposta da Contraf-CUT para a realização de uma conferência nacional sobre o sistema financeiro e sugeriu que seja ampliada para discutir também os direitos dos consumidores. Dilma também ordenou ao ministro da Fazenda Guido Mantega que receba o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, para discutir o processo de demissões e a reestruturação no sistema financeiro.

"A presidenta Dilma atendeu as duas demandas da Contraf-CUT", comemorou ao final do encontro o presidente da CUT, Wagner Freitas. "Na verdade, a conferência nacional para discutir o sistema financeiro nacional é uma iniciativa da Contraf, mas também foi encampada pela CUT no 11º Concut", acrescentou Wagner.

"A presidenta da República não só concordou com a proposta, como disse que vai trabalhar por ela e propôs ampliar a abrangência da conferência nacional. Além da discussão do papel dos bancos, da ampliação e do barateamento do crédito, a presidenta quer debater também na conferência os direitos dos consumidores, tanto no que diz respeito aos juros do cartão de crédito, do cheque especial e das tarifas, quanto em relação ao consumo das novas classes emergentes de todos os tipos de serviços, incluídos os dos celulares e telecomunicações em geral", detalhou o presidente da CUT.

Segundo Wagner, ex-presidente da Contraf-CUT, Dilma disse que as políticas econômicas e sociais do seu governo e do governo Lula ampliaram o poder de compra dos trabalhadores e de grande parte da população antes excluída. "Os serviços a que essa nova classe média passou a ter acesso são ainda muito caros e em geral estão acima dos padrões internacionais. Eles precisam não apenas ter as tarifas reduzidas, como proporcionar um melhor atendimento à população."

Audiência com o ministro da Fazenda

Wagner Freitas também cobrou da presidenta Dilma o pedido de audiência ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, feito em dezembro do ano passado (logo após as demissões em massa no Santander) e reiterado no último dia 10 de janeiro. "A presidenta mandou o ministro Mantega receber a Contraf-CUT para discutir as demandas dos bancários", informou o presidente da CUT.

Nas cartas enviadas a Mantega, a Contraf-CUT reforçou a necessidade de debater o emprego no setor bancário, ameaçado com a redução de postos de trabalho nos bancos privados. 

A intenção é buscar medidas para garantir a proteção do emprego dos bancários e a defesa dos interesses da sociedade. "Não aceitamos pagar a conta da pequena redução de juros. Os bancos podem aumentar os lucros emprestando mais com juros e spread ainda menores. Queremos um sistema financeiro sólido e forte, que amplie o crédito e que trate o emprego como fator de desenvolvimento", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Todo início de ano é carregado de esperanças, porém, infelizmente, o dos bancários chegou com as preocupações do ano que se findou. Quais sejam: demissões em massa no Santander e anúncios de demissões também no Itaú e fechamento de agências do Citibank no Brasil", afirma a Contraf-CUT na correspondência.

"Através da grande imprensa, os bancos alegam que é necessário buscar maior eficiência, tendo em vista que seus lucros decresceram em função da queda de juros, medida do governo federal com a qual estamos totalmente de acordo. Porém, somos totalmente contra que esta busca pela eficiência dos bancos seja empreendida à custa de demissões em massa", alerta ainda a Contraf-CUT no ofício ao ministro da Fazenda. 

Marcha das centrais sindicais

Wagner Freitas classificou de "muito proveitosa" a reunião com a presidenta Dilma, no Palácio do Planalto, na qual ela também se comprometeu a receber os presidentes das centrais sindicais durante a marcha do dia 6 de março, em Brasília. 

"Isso nos dá a possibilidade de iniciarmos a discussão da pauta da classe trabalhadora, que inclui a jornada de 40 horas, o fim do fator previdenciário, o direito ao modelo de negociação salarial do setor público, a ratificação da Convenção 158 da OIT e a reforma agrária", afirma o presidente da CUT.

Além de Wagner, outros dois bancários da direção nacional da CUT participaram da reunião com a presidenta Dilma: Jacy Afonso e Expedito Solaney Pereira de Magalhães. 
Fonte: Contraf/CUT

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