Covid-19 como causa de mortes e doenças do trabalho é tema de debate nesta quarta
PACTU
Live da CUT, desta quarta-feira, trará especialistas para falar sobre como garantir que a saúde do trabalhador seja preservada em tempos de pandemia. Debate abordará também a vacinação e a importância do SUS
Com mais de 395 mil mortes e mais de 14 milhões de casos de Covid-19 desde o início da pandemia no Brasil, o debate sobre as estratégias para proteger a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras se torna pauta fundamental para o movimento sindical. E este será o tema da live “Covid-19 – a maior causa de mortes e doenças relacionada o trabalho”, promovida pela CUT, nesta quarta-feira (28), dia Mundial em Memória de Vítimas de Acidentes de Trabalho.
O debate, que faz parte das atividades da Semana do Trabalhador da CUT, contará com a participação de especialistas que falarão sobre a relação da Covid-19 como doença do trabalho, abordando temas como as condições nos locais de trabalho, vacinação e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no enfretamento à pandemia.
“A crise sanitária agravou mazelas que já existiam no Brasil. Os trabalhadores e trabalhadoras, que já vinham sofrendo com a precarização e a retirada de direitos históricos, agora ficam ainda mais vulneráveis e mais expostos aos riscos da pandemia”, afirma a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida Silva.
“Entender as necessidades e anseios e saber dos riscos que correm os trabalhadores e agir é a principal tarefa do movimento sindical”, reforça a dirigente sobre a proposta da live.
A transmissão terá início às 18h e pelo Facebook e Youtube da CUT. Junto com Madalena participam a médica e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno; a representante da Comissão Intersetorial em Saúde do Trabalhador do Conselho Nacional de Saúde, Ruth Cavalcante; o médico especialista em saúde pública, René Mendes; além de Sérgio de Lucca, também médico especialista em medicina do trabalho.
Doença do trabalho
Hoje, a Covid-19 já pode ser considerada a maior causa de mortes e doenças do trabalho, mesmo com a subnotificação dos casos, ou seja, com a falta de informações sobre o impacto da pandemia nas diversas categorias profissionais, diz Madalena Margarida Silva.
O cenário, segundo ela, tende a se agravar ainda mais com a reabertura da economia e o retorno às atividades profissionais presenciais, já que grande parte das empresas não está preparada para seguir à risca os protocolos de segurança, como medidas de higienização, materiais de proteção como máscaras e distanciamento social.
“Além da falta de segurança em muitas empresas, temos a questão do transporte coletivo, em que as pessoas são obrigadas a se aglomerar todos os dias para ir ao trabalho”, diz a dirigente, explicando que, desta forma, os trabalhadores ficam ainda mais expostas ao vírus.
“Não bastasse isso, a escassez de vacinas e a política negacionista de Bolsonaro, que foi responsável pelo atraso da imunização em massa, são outros fatores agravantes para tornar a Covid-19 talvez o principal motivo de adoecimento no trabalho”, diz a secretária.
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Brasil
De acordo com um levantamento feito pelo Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz, O Brasil, ainda antes da pandemia da Covid-19, ocupava o 4° lugar no ranking mundial de países que mais registram mortes no trabalho e era o 5° colocado em número de acidentes durante as atividades profissionais. Depois da pandemia, esse cenário foi ampliado de forma significativa já que milhares de trabalhadores, por causa da falta condições adequadas no trabalho, ficaram expostos aos vírus.
*Edição: Marize Muniz
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