Inflação descontrolada agrava a crise social

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Inflação descontrolada agrava a crise social

Por Joel Guedes

Para uma grande parcela da população brasileira, a cada mês está mais difícil colocar comida na mesa. Analisando a linha do tempo de junho de 2020 a junho de 2021, percebe-se que a pandemia da covid-19, somada às ações desastrosas do governo federal em todos os setores, principalmente no âmbito da política econômica e do enfrentamento da crise sanitária, resultaram numa situação de descontrole total da inflação. Os números assustam, e com razão, pois a cada mês os brasileiros foram lentamente perdendo seu poder de compra, enquanto dados de empregos e salários também pioraram.

Estudos apontam que nos últimos meses têm aumentado o número de famílias que não conseguem sequer manter em dia as contas fixas, como aluguel, água, luz, gás e outras, ao mesmo tempo em que necessitam arcar com as despesas alimentícias. Segundo o IBGE, a inflação de maio de 2021 chegou a 0,83%, a maior taxa para o mês desde 1996. Com isso, a inflação acumulou alta de 3,22% no ano e de 8,06% nos últimos 12 meses. Se seguir esse ritmo, o Brasil terá inflação histórica ao final de 2021. Há que se destacar que os preços de alguns alimentos básicos, como arroz, feijão e a carne, por exemplo, dobraram de preço nos últimos meses, sem contar os aumentos semanais nos preços dos combustíveis. O conceito estagnação econômica com inflação, que há muito tempo não se ouvia, começou a surgir nos noticiários.

É claro que a pandemia da covid-19 agravou muito a situação no país. Milhares de empresas fecharam as portas e milhões de pessoas ficaram desempregadas. No entanto, a crise atingiu a economia global. Vários países que adotaram estratégias corretas, já controlaram a pandemia e têm sua economia em recuperação. O Brasil está longe disso. Já antes da pandemia o governo Bolsonaro não tinha uma política econômica definida. Apostava tudo nas privatizações. Economistas afirmam que a crise sanitária pegou o governo “com as calças na mão”: política cambial desastrosa e a economia em frangalhos, grandes companhias fechando as portas e o desemprego aumentando. Já são 14,8 milhões de desempregados e outros 10 milhões que desistiram de procurar emprego. A situação é ainda pior para cerca de 25 milhões de brasileiros que hoje sobrevivem com apenas R$ 250 do Auxílio Emergencial do governo. A fome já atinge 20 milhões de lares em todo o país. Nenhum economista se arrisca em prever melhoras para os próximos meses. O motivo é claro: o governo não tem um projeto confiável e nem competência para tirar o país da crise.

Aumento Real para os Bancários

Os bancários e bancárias estão entre poucas categorias de trabalhadores que não terão perda de poder aquisitivo nos salários, este ano. Isto porque em 2020, após difíceis negociações, a categoria fechou Convenção Coletiva válida para dois anos, sendo que para 2021 ficou assegurado a reposição da inflação dos últimos 12 meses, mais 0,5% de aumento real. A renovação automática do acordo acontece em setembro.

Fonte: Pactu

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