Carestia, a palavra que voltou com força na (indi)gestão Bolsonaro

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Carestia, a palavra que voltou com força na (indi)gestão Bolsonaro
Foto: Arquivo Agência Brasil

Você já ouviu falar do termo “carestia”? Caso não tenha ouvido, considere-se, de certo modo, um privilegiado. Carestia significa “escassez de produtos” e também pode ser entendido como “encarecimento do custo de vida”. Quem viveu os anos 80 e parte dos 90 já está mais familiarizado com esta palavra, haja vista que a mesma era uma constante entre os trabalhadores e suas famílias neste período.

Durante a gestão de Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2016, até o golpe) esse termo caiu em desuso, uma vez que o poder de compra da população cresceu e passou a ter acesso a produtos que era quase que exclusivo da classe alta, como, por exemplo, carnes nobres como picanha, vinhos mais sofisticados, entre outros.

Porém, bastou o golpe de Temer e este escárnio em forma de presidente assumir o País para que a “carestia” voltasse a dar o ar de sua graça. Para comprovar, basta ir até o supermercado mais próximo e perceber que a alta nos preços, principalmente nos alimentos, atingiu a carteira diretamente da maioria. Quer um exemplo? O quilo da posta vermelha (que, frisa-se, não é um corte nobre), pode ser encontrado por, pasmem, R$ 39,90. Arroz, feijão e óleo, produtos de primeira necessidade no consumidor comum, também tiveram uma alta exponencial. Isso que nem citamos produtos que naturalmente têm preços altos, para não deprimir ainda mais.

Por conta disso, parte do jornalismo voltou a romantizar a pobreza. Basta uma pesquisa rápida para ver reportagens em “como passar o mês com R$ 150” (valor do auxílio emergencial do governo federal), “população adere ao fogão à lenha” (devido ao preço alto do gás de cozinha) e até mesmo absurdos como “quando consumir alimentos que estão mofados”. Esse tipo de texto passava longe das redações no período Lula/Dilma. Hoje, tornou-se um habitué.

Para o secretário de formação da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), Pablo Sergio Diaz, o significado da carestia é, na verdade, fome. “Quando a gente fala em inflação, fala a língua do economista. Mas quando fala em carestia, você está falando a linguagem do povo. A linguagem do economista é falsa. O que é verdade é quando o valor aparece na gôndola do supermercado e o trabalhador precisa tirar o produto da cesta que não consegue pagar. Isso é a carestia. Carestia é fome e pesa no bolso do trabalhador”, opina.

Texto: Flávio Augusto Laginski

Fonte: Fetec-CUT-PR

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