No Dia do Bancário e da Bancária, categoria deve ficar alerta

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No Dia do Bancário e da Bancária, categoria deve ficar alerta

Data marca uma greve vitoriosa feita há 70 anos para corrigir os efeitos da inflação, mal que aflige a população em nossos dias

O Dia do Bancário e da Bancária, neste sábado (28), é símbolo de luta da categoria e referência nacional para o movimento sindical brasileiro. E, 2021, no momento em que a inflação voltou a ser um dos problemas que afligem a população, é importante entender que a data foi criada a partir de uma greve bancária por reajuste salarial que corrigisse a inflação em 1951. O movimento deu consistência à categoria bancária, que passou a se organizar em sindicatos por todo o país.

Este ano, celebrar o Dia dos Bancários e das Bancárias exige que a categoria fique alerta para os ataques que estão sendo realizados pelo governo Bolsonaro e seus aliados no Congresso. Um deles é a MP 1045, que estende a jornada da categoria bancária para oito horas mediante acordo individual ou acordo coletivo e reduz o adicional pelas horas extras (sétima e oitava horas) para 20%. A MP está sendo discutida no Senado. Outra investida que está sendo preparada pelos bolsonaristas na Câmara dos Deputados é o PL 1043, que permite o trabalho da categoria bancária aos sábados e domingos.

São apenas alguns exemplos diante de um cenário de crise econômica e sanitária. Não bastasse as quase 600 mil mortes pela Covid-19, o país enfrenta uma inflação cada vez maior, que encarece principalmente a vida da população mais pobre. Além de outros ataques aos direitos trabalhistas, o governo Bolsonaro diariamente faz ameaças à democracia.

É diante dessa situação que a categoria realiza a sua Conferência Nacional, nos dias 3 e 4 de setembro. É o momento de decidirmos nossas próximas ações, de forma unida e organizada para barrar os ataques aos nossos direitos.

Como foi a greve de 1951

No dia 28 de agosto de 1951, os bancários decidiram cruzar os braços para reivindicar um reajuste salarial de 40%. Os bancos queriam dar apenas 20%.

Os índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. Os bancários refizeram os cálculos e o próprio governo teve que rever seus índices, que saltou para impressionantes 30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram 31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria. O dia 28 de agosto passou a ser considerado como o Dia do Bancário.

Mas, além do reajuste, a greve de 1951 também fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país. Outro mérito da greve de 1951 foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir daí, surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese nasceu com o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos confiáveis.

Fundação da CUT

O dia 28 de agosto também deve ser comemorado como dia de luta por ser o dia de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Nessa data, em 1983, durante a ditadura militar, a CUT foi criada no 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).

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Fonte: Contraf-CUT

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