Santander lucra, terceiriza e corta direitos dos bancários
Umuarama/PR
O banco Santander obteve lucro líquido de R$ 12,467 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, um crescimento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 4,1% no terceiro trimestre. Apesar desse resultado fantástico mesmo num momento em que a economia brasileira anda aos frangalhos, o banco espanhol mantém sua política de criação de empresas e relocação de funcionários, numa onda de terceirização que objetiva reduzir custos e aumentar ainda mais seus lucros.
O problema está atingindo em cheio os funcionários das áreas de tecnologia, call center e comercial. Esses trabalhadores vêm sendo registrados em empresas terceirizadas, porém, continuam desenvolvendo as mesmas tarefas, mas sem os direitos conquistados pela categoria bancária. É o caso, por exemplo, dos bancários registrados nas empresas First, Prospera e SX Negócios. “É uma interferência direta na organização dos trabalhadores, mas sem qualquer negociação com o movimento sindical”, explica o diretor do Pactu em Umuarama, Nelson Ortiz. Além disso, ele explica: “o volume de trabalho e as metas só aumentam”.
PERDAS – Na First, o trabalhador cumpre oito horas de jornada, mas não recebe o adicional pago aos bancários; não tem vale-alimentação e 13ª cesta; o adicional noturno é só após meia-noite; a PLR não tem regra definida; a empresa desconta 6% de vale-transporte; o auxílio creche é 13,7% menor do que o do bancário e a bolsa de qualificação profissional só é acessível para quem tiver “performance diferenciada”.
Já na Prospera, o vale refeição é 9,4% menor; o vale-alimentação é 16,1% menor; o reajuste salarial foi de apenas 6,76% enquanto que dos bancários foi de 10,97% e o piso salarial é 26,3% menor. Na SX Negócios, o reajuste salarial dos empregados foi de irrisórios 4,48%, ou mais de 6% menos do que dos bancários.
COBRANÇA – A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, a Contraf-CUT e os sindicatos têm denunciado essas manobras do banco. exigindo que os direitos dos bancários, cobertos pela Convenção Coletiva de Trabalho, sejam preservados. “O modo como o Santander implementa o processo escancara sua postura antisindical e, portanto, o que nós queremos é que o banco negocie com transparência e responsabilidade”, finaliza Nelson Ortiz.
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