Educação do Paraná fez duas greves por ano contra ataques de Ratinho Júnior
PACTU
Trabalhadores já realizaram até greve de fome para garantir direitos conquistados e a qualidade da educação no Estado
Professoras, professores, funcionárias e funcionários de escolas da rede pública estadual do Paraná estão no segundo dia de greve contra mais um ataque do governo de Ratinho Júnior (PSD) aos direitos conquistados pela categoria.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), mestre dos ataques aos servidores públicos, em especial aos da Educação, Ratinho Júnior mostra que é um bom aluno quando se trata de políticas para reduzir o tamanho do estado e tentar zerar os investimentos públicos que melhoram a vida da população, como é o caso da educação, que pode mudar a vida de milhões de famílias.
“Ratinho Júnior tem uma grande identificação ideológica com Jair Bolsonaro. Isso fica explícito não apenas pelo silêncio na defesa da democracia e em todos os conflitos envolvendo a vacinação e a Covid-19, mas também na mais completa falta de respeito com trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o secretário de comunicação da CUT Paraná e presidente do Núcleo Metronorte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Vandré Silva
“Eles governam para as elites enquanto o povo fica abandonado à sua própria sorte”, acrescentou o secretário.
Por que a educação está em greve novamente
A nova paralisação, que teve início na segunda-feira (13), tem objetivo de alertar o Governo do Estado e pressionar os deputados contra a tentativa de desmonte da carreira dos professores, a retirada de direitos dos funcionários e funcionárias e a estagnação dos aposentados e aposentadas.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 12/2021 enviado à Assembleia Legislativa por Ratinho é um completo retrocesso para o conjunto da categoria. Para piorar a situação, o governador do Paraná utiliza verbas públicas para propagandear a iniciativa como um “grande pacote de valorização dos professores”.
“Estamos em greve porque não vamos aceitar o esquecimento por completo dos aposentados e aposentadas. Não vamos aceitar o parcelamento da data-base e muito menos o abandono dos funcionários e funcionárias”, resumiu a secretária Educacional da APP-Sindicato, Nádia Brixner.
A presidente da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, destacou que a categoria vem sofrendo ataques ininterruptos desde 2014, com o governo de Beto Richa (PSDB), que acabou resultando no massacre de 29 de abril, quando até mesmo helicópteros foram utilizados para jogar bombas nos servidores públicos que protestavam.
“Nossa luta se intensificou no governo do Beto Richa, já na primeira gestão dele, mas a segunda foi pior para nós. 2014 já nos exigiu muita luta e 2015 foi o ápice, quando ele apresentou o 'pacotaço' que desmontava toda a nossa carreira. De lá para cada ano a ano tivemos que fazer mobilizações, paralisações, greves, para conter o desmonte proposto tanto pelo Beto Richa quanto pelo Ratinho”, recordou.
Ainda de acordo com a dirigente, aquele projeto que resultou numa das maiores mobilizações de trabalhadores e trabalhadoras no Paraná, agora é apresentado de forma fatiada pela “nova” gestão.
“Ratinho vai apresentar o projeto de 2015 de pedaços em pedaços. Isso fez com que tivéssemos que organizar a categoria, mesmo em plena pandemia, para defender a carreira e a escola pública. O resultado disso é que temos feito um anteparo para barrar alguns dos retrocessos. Se não fosse a luta dos servidores e dos trabalhadores da educação a situação hoje, das escolas e também nossa, enquanto servidores públicos, seria muito pior”, completou
Na segunda-feira (13) a categoria realizou uma marcha até o Palácio Iguaçu, sede do poder executivo estadual, onde há uma vigília de professores e funcionários de escola que passam a noite no local. Eles aguardam a votação do PLC que deve acontecer até quarta-feira(15).
Outras mobilizações
Desde o início da gestão de Ratinho Júnior a categoria já cruzou os braços seis vezes. Foram três greves em 2019, uma greve de fome em 2020, que incluiu inclusive, professores em frente ao Palácio Iguaçu e uma greve neste ano, a chamada “Greve pela Vida”, em função da Covid-19. Esta é a sexta grande mobilizaçãoda categoria, em três anos, na busca pela manutenção dos seus direitos e pela qualidade da educação no Estado.
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