Pandemia vai continuar desafiando o Brasil e o mundo em 2022
PACTU
Mesmo com a propagação em ritmo lento, país precisa ficar atento à aceleração recorde da covid no planeta
Embora tenhamos começado 2022 em situação diferente se comparado a nações em que o coronavírus mais se propaga no mundo atualmente, o Brasil ainda está sob risco e deveria manter medidas de proteção e se preparar para evitar novas crises. O alerta sobre a possibilidade de novos surtos vem de fora. Nos Estados Unidos e em diversos países da Europa a covid voltou a avançar e bate recordes diários.
O crescimento é impulsionado pela variante ômicrom, mais infecciosa que as anteriores. É um sinal de que a emergência sanitária continuará exigindo atenção este ano. Desde o início da pandemia o cenário externo funcionou como uma espécie de espelho do futuro para nós. As ondas de contaminações que aconteciam internacionalmente chegaram a território nacional alguns meses depois com força total.
O poder público, no entanto, nunca usou a estratégia da observação para elaborar uma resposta. Essa ausência de ações se repete agora. Até mesmo a exigência de passaporte vacinal para estrangeiros só veio depois de decisão do Supremo Tribunal Federal.
Hoje, ao se observar a situação dos últimos 28 dias, é possível dizer que a propagação avança pouco no Brasil. Na lista de países em que o coronavírus mais infecta, estamos em 26º lugar, atrás até mesmo de regiões com estratégia forte de controle como Portugal e Coreia do Sul.
Mas isso pode mudar. Um dos principais motivos do controle atual é a vacinação, todavia, a imunização com as duas doses ainda não chegou a 70% da população. O índice é considerado o mínimo necessário para se pensar na possibilidade de controle da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades sanitárias do mundo todo.
Em participação no podcast A covid-19 na semana, a médica Tainá Vaz - da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares afirma que o Brasil até pode respirar aliviado, desde "com a máscara e com consciência."
Segundo Tainá, o país está em uma fase boa, principalmente em comparação ao primeiro semestre deste ano, quando o sistema de saúde colapsou e centenas de milhares de vidas foram perdidas. Mas o duro aprendizado de 2021 não pode ser deixado de lado.
"Realmente, o legado da pandemia vai ser muito relacionado à nossa conduta diária, à forma como a gente se comporta. A gente não pode baixar a guarda". A médica cita, além da necessidade de manter a máscara, a importância de evitar aglomerações em ambientes fechados e aumentar a testagem.
"É um movimento do mundo, estamos brigando pelos auto testes. Isso deve ser uma realidade. O vírus da covid vai ser endêmico e a gente vai ter que conviver com ele e com as variantes por muito tempo. A gente tem que se reeducar e se readaptar a essa nova realidade".
Um dos sinais de que o cenário não permite que se abra mão dos cuidados vem de São Paulo. Nas duas últimas semanas de dezembro o número de internações por covid voltou a crescer, segundo o governo do estado. O Instituto Butantan informou que a presença da variante ômicron aumentou 12 vezes em sete dias.
O desafio para este ano é ampliar a vacinação e garantir as doses necessárias para todas e todos, "o número de internações e óbitos é tão pequeno hoje em dia devido à vacinação, não há nenhuma dúvida nisso. A vacina é eficaz e tem o poder de controle da pandemia", finaliza Tainá Váz.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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