Contraf-CUT manifesta solidariedade ao trabalhador de banco agredido no Maranhão

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Contraf-CUT manifesta solidariedade ao trabalhador de banco agredido no Maranhão

O caso aconteceu em Açailândia, a 567 km da capital São Luís e foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo, classificado como racismo, no último domingo (2)

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) manifesta solidariedade ao trabalhador de um banco, Gabriel da Silva Nascimento, de 23 anos, que foi agredido dentro do próprio carro, em frente de casa, em Açailândia, no Maranhão.

Os autores das agressões são o empresário Jhonnatan Silva Barbosa e a dentista Ana Paula Vidal, que também moram no prédio. Eles mandam o jovem sair do veículo e começam as agressões, que foram registradas em vídeo. Gabriel é derrubado, sofre chutes, pisões, tapas e Ana Paula põe os joelhos na sua barriga, enquanto Jhonnatan pisa em seu pescoço. A sessão de espancamento só parou quando um vizinho avisou que a vítima é moradora do prédio e dono do carro de onde foi retirado.

Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, este é um caso de racismo estrutural, que está sendo acompanhado pela Confederação, como outros que acontecem país afora. “O racismo foi estruturado desde 1535 com a chegada dos primeiros escravizados. Até hoje ele vem se fortalecendo cada vez mais. É algo tão forte a ponto de um cara que está dentro do seu próprio carro, por ser negro, ser acusado por outras pessoas de estar roubando o veículo que não acreditam ser dele. Ou ao entrar no supermercado, você ser seguido pelos seguranças, ser olhado de outra forma pelas pessoas, principalmente se você está de bermuda e camiseta. Enfim, é o racismo estrutural.”

Entenda o caso

As imagens reveladas pela TV Globo mostram que o caso aconteceu na manhã de 18 de dezembro. Ana Paula Vidal morava no mesmo prédio da vítima. Gabriel estava dentro do carro e esperava para ir a uma festa do trabalho.

A vítima também se mudou do imóvel, três dias depois do crime, porque ele pertence à família da mulher que o agrediu. Com medo, ele teve acompanhamento da polícia para retirar seus pertences de lá. No dia das agressões, Gabriel foi à delegacia para fazer um boletim de ocorrência, mas em três tentativas diferentes, ele foi informado de que o sistema estava fora do ar. Por isso, só conseguiu registrar a queixa no dia seguinte, o que impediu a prisão em flagrante dos agressores. Até agora, nenhum deles foi ouvido pela polícia.

O agressor Jhonnatan Silva Barbosa já foi condenado pela Justiça por ter atropelado e matado um senhor de 54 anos, em 2013. Ele foi condenado a 2 anos e 8 meses de prisão, que foram convertidos em serviços comunitários e multa de um terço de um salário mínimo. O Fantástico encontrou Jhonnatan, mas a pessoa que se identificou como tio dele informou que o sobrinho não daria entrevista. Em nota, Ana Paula Vidal, também agressora, pediu desculpas e disse que não teve uma atitude racista.

“Precisamos ter no Brasil mais leis que contenham este tipo de atitude, que combatam este racismo perverso que observamos todos os dias em todos os cantos do país. A gente sabe de inúmeros casos transformados em injúrias raciais, que não acabam em prisões. É difícil ver um caso de uma pessoa que cometeu um ato de racismo ser preso. Não podemos ficar desta forma, precisamos de leis mais duras para resguardar a maioria da população brasileira. Se a pessoa não tiver uma pena para que ela seja inibida em relação a isso, as coisas vão continuar acontecendo. Isto precisa ter um ponto final”, finalizou Almir Aguiar.

Fonte: Contraf-CUT

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