Projeto de Bolsonaro e Guedes destrói a economia e prejudica a classe trabalhadora
PACTU
Inflação, desemprego, desinvestimento, PIB zero... três anos de desastre, três anos de BolsoGuedes
A economia brasileira ficará estagnada em 2022, confirmando o fracasso da política econômica implantada após o golpe de 2016, e aprofundada por Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo Guedes. A grande marca do desgoverno ultraliberal e conservador é o descontrole dos preços da energia, em especial dos combustíveis, o desmonte do Estado, e a supressão de direitos sociais – o que esmaga a renda dos trabalhadores.
Pesquisa do Valor Econômico com 105 instituições financeiras e consultorias mostra expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,4% em 2022. Ao menos 26 instituições projetam contração e 13, estagnação.
“Os bolsonaristas colocam a culpa na pandemia, mas a coisa está pior que antes da crise sanitária global, e o governo não reage, não propõe nada, não trabalha”, afirma o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira. “Enquanto o país vive tragédias ambientais e as consequências gravíssimas de desastres climáticos, o presidente tira férias. Na hora de trabalhar, logo adoece”, lembra.
Desemprego, miséria e fome
O Brasil de Bolsonaro e Guedes é o país do desemprego, da miséria e da fome. “Hoje, temos 44% dos trabalhadores e trabalhadoras na informalidade. A taxa de desemprego no Brasil é de 11,7% para homens e 17,1% para as mulheres; para a população negra a taxa de desemprego representa 13,1% para homens negros e inacreditáveis 20,1% para as mulheres negras”, completa o presidente da CUT-CE.
Os negros representam 55% da população brasileira. A população negra é a que mais perdeu emprego durante a pandemia do coronavírus (representam 72% dos que perderam emprego na crise), é a que mais morreu de covid-19, e também é a que mais morre de “bala perdida da polícia”.
Quase 20 milhões de brasileiros declararam passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. Mais da metade (55%) da população brasileira sofria de algum tipo de insegurança alimentar em dezembro de 2020, segundo a Rede Ressan/Inquérito Nacional sobre a Segurança Alimentar no contexto da pandemia.
De acordo com a pesquisa, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).
Preço dos combustíveis
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a gasolina custava, em média, R$ 4,60 em janeiro do ano passado. No último mês de 2021, a média era de R$ 6,67. O diesel passou de R$ 3,60 para R$ 5,30. O etanol teve o aumento de 58%, de R$ 3,20 em janeiro para R$ 5,10 em dezembro. Em 2021, a Petrobras operou 16 reajustes no preço da gasolina e 12 no preço do diesel.
A política de preços dos combustíveis é uma decisão de Bolsonaro e do presidente da Petrobrás, o militar Joaquim Silva, nomeado pelo presidente. E os dois vêm promovendo reajustes contínuos nos preços, seguindo o valor do dólar. Isso faz com que os combustíveis fiquem muito caros para o consumidor brasileiro. Quem ganha com isso? Os investidores estrangeiros.
“Bolsonaro lasca com os brasileiros para garantir lucros para acionistas estrangeiros. Patriota de mentira!”, conclui Wil Pereira.
Produção industrial estagnada
Uma das provas da inoperância do governo é a produção industrial, que ficou em -0,2% entre outubro e novembro de 2021. Deste modo, registrou o sexto mês consecutivo de resultado negativo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE).
Analisando mês a mês, o IBGE observa que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020.
“A indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.
Fuga de investimentos no Brasil
O chefe da BlackRock na América Latina, Dominik Rohe disse à Veja que mais nenhum investimento será feito no Brasil até o fim do governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, o fundo só voltará a investir no país após a mudança do governo. Ao que tudo indica, Bolsonaro deve deixar o poder no final deste ano, após a eleição.
Como motivos para a decisão, Rohe citou o negacionismo do presidente e as promessas sem retorno de Paulo Guedes, além dos juros altíssimos e da inflação forte. Para Rohe, o ministro da Economia fala muito e faz pouco. Ele disse também não acreditar no avanço de nenhum projeto de Guedes em 2022.
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