Negociações avançam, mas empregados mantém cobranças à Caixa
PACTU
CEE reforça convocação para o Dia Nacional de Luta desta quinta-feira (3)
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e o banco se reuniram na tarde desta quarta-feira (2) para discutir sobre a melhoria dos protocolos de segurança sanitária e de prevenção à Covid-19 e as dificuldades de implantação dos mesmos, seja devido à falta de respeito, ou desconhecimento dos protocolos pelos gestores, seja pelo não afastamento de trabalhadores contaminados, ou a falta da adequada sanitização, muitas vezes para cumprir metas estabelecidas pelo banco.
“As negociações trouxeram avanços importantes, mas é preciso que todos se mantenham mobilizados para garantirmos a melhoria dos protocolos contra a Covid-19 e também de outras questões que afetam o dia a dia e as condições de trabalho dos empregados”, avaliou o representante da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Jorge Luiz Furlan, que coordenou a representação dos trabalhadores. “Por isso, todos devem participar, nesta quinta-feira (3), das atividades do Dia Nacional de Luta dos empregados da Caixa”, convocou Furlan.
Máscaras
O banco acatou a reivindicação dos empregados com relação ao fornecimento de máscaras adequadas para resguardar os empregados do contágio e transmissão das novas cepas do vírus da Covid-19. Ainda não está definido, no entanto, se o banco vai conceder recursos para a compra pelas próprias unidades, ou se será feita a compra centralizada para distribuição. A resposta sobre a forma de operacionalização deve ser dada na próxima semana.
A representação dos empregados avalia que este é um importante avanço, uma vez que a Portaria publicada pelo governo diz que as máscaras poderiam ser de pano, que, segundo os especialistas, não são eficazes para a prevenção contra a variante Ômicron, por exemplo.
Controle de acesso
O banco disse que não existe nenhuma previsão para que haja qualquer tipo de contingenciamento do acesso de clientes às agências. Inclusive, reforçou que os contratos que permitiram a disponibilização de seguranças e recepcionistas para contribuir com a organização das filas e instrução aos clientes foram encerrados e não existe nenhuma previsão para que novas contratações com esta finalidade sejam realizadas.
Concurso de 2014
O banco confirmou, porém, que serão nomeados, pelo menos, mais 1.000 novos empregados entre os aprovados do concurso de 2014. A imprensa está noticiando a contratação de 10 mil novos empregados.
“Sabemos que a demanda é maior. Mas, esses 1.000 novos empregados poderão dar uma grande ajuda para reduzir a sobrecarga a qual os empregados estão submetidos, principalmente se estes forem nomeados para o atendimento nas agências”, disse o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Bahia e do Sergipe (Feeb/BA-SE), Emanoel Souza.
Implementação dos protocolos
Em resposta às criticas dos trabalhadores, os representantes da Caixa disseram que todos os gestores e empregados são orientados a seguirem à risca todos os protocolos de segurança sanitária e prevenção contra Covid-19 e que são disponibilizadas máscaras, álcool em gel e em líquido 70%, além de cloro para a higienização das unidades. Ressaltaram, ainda, que todos os dias se faz a higienização de todas as unidades, independentemente de haver casos confirmados de contágio, e que, caso haja casos confirmados, é feita a devida sanitização do ambiente.
Os trabalhadores contestaram tal afirmação e disseram que em muitos casos não existe nem álcool em gel para as mãos, quanto mais os produtos adequados para a higienização e sanitização da agência. “No papel é tudo muito bonito, mas isso não acontece na prática. Nós, que visitamos as agências, recebemos reclamações todos os dias de que faltam produtos e que gestores se recusam a encaminhar empregados com suspeita de contaminação para a realização de testes ou de fecharem a unidade para a sanitização”, disse a representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), Eliana Brasil.
“Muitos gestores sequer usam a máscara de proteção. Quando isso acontece, seus subordinados não se sentem obrigados a cumprir os protocolos”, completou a representante da Fetrafi/MG.
Os representantes da Caixa disseram que é importante que a CEE traga os casos para a mesa, pois estes problemas não deveriam existir. O banco se comprometeu a reforçar as orientações para os gestores de que os protocolos devem ser totalmente cumpridos e pediu a contribuição do movimento sindical para que esta informação seja transmitida para todo o país. Pediu também para que a fiscalização continue ocorrendo.
Fórum paritário
O banco aceitou criar um fórum paritário, com representantes da Caixa e do movimento de representação dos empregados, para debater sobre os problemas que afetam o dia a dia de trabalho nas unidades da Caixa e permita a resolução de problemas de uma forma mais rápida.
A previsão é de que este fórum se reúna semanalmente já a partir da semana que vem. Neste primeiro momento, os debates vão girar em torno dos protocolos de prevenção contra a Covid-19. “Este fórum servirá de apoio à CEE e terá apenas uma função operacional, com a finalidade de agilizar a resolução dos problemas”, explicou Furlan. “Trata-se de uma antiga reivindicação do movimento sindical”, completou.
PLR e Promoção por mérito
Os trabalhadores questionaram o banco sobre a possibilidade de antecipação do pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), conforme solicitado pela Contraf-CUT em ofício ao banco. O banco se limitou a dizer que recebeu a solicitação, mas que não existe resposta para a demanda. Se o pedido da Contraf-CUT não for atendido, a data de pagamento permanece como prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (31/3/2022).
O banco também não tem resposta sobre a proposta ratificada pelos trabalhadores na reunião do Grupo de Trabalho de Avaliação por Mérito ocorrida na última segunda-feira (31/1). Segundo o banco, ainda é preciso que a mesma seja analisada para que se faça um estudo sobre a possibilidade, ou não, de se acatar a proposta dos trabalhadores, que prevê a distribuição de um Delta para todos e que o segundo Delta seja oferecido àqueles que atendem aos critérios estabelecidos pelo banco.
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