Contraf-CUT condena terrorismo do mercado financeiro e aumento da Selic
"O Banco Central errou ao engatar uma marcha ré no caminho da redução da Selic, pois essa decisão somente agrada aos rentistas e especuladores do mercado financeiro e não ajuda a estimular o crescimento, a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos", afirma.
Para o dirigente sindical, "a elevação da Selic trava a queda do spread bancário, que continua entre os mais altos do mundo, sugando valiosos recursos que deveriam ser aplicados em investimentos nas políticas sociais, fundamentais para o crescimento da economia com distribuição de renda".
Conforme levantamento feito pelo Dieese com dados do FMI, dentre os países dos Brics, o Brasil possui o maior spread (12,2% ao ano), seguido da Rússia (3,57% a.a.), África do Sul (3,30% a.a.) e China (3,00 % a.a.). A Índia não teve os seus dados disponibilizados.
Em um grupo de nove países da América Latina, apenas Paraguai (25,1% a.a.) e Peru (16,78% a.a.) possuem spread maior que o Brasil. Em seguida estão Bolívia (9,51% a.a.), Colômbia (7,22% a.a.), Uruguai (6,74% a.a.), Chile (4,26%), México (3,64% a.a.), Argentina (2,04% a.a.) e Venezuela (1,87% a.a.). Os números são relativos a 2012.
"O aumento da Selic também não ajuda a diminuir os altos juros dos bancos que engordam os seus lucros bilionários, incomparáveis com os demais setores da economia brasileira", ressalta Cordeiro.
Conforme a última pesquisa da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), as taxas do cheque especial ficaram em 4,27% ao mês na Caixa Econômica Federal; 5,7% a.m. no Banco do Brasil; 8,25% a.m. no Safra; 8,75% a.m. no Itaú; 8,76% a.m. no Bradesco; 9,82% a.m. no HSBC; e 9,87% a.m. no Santander.
O presidente da Contraf-CUT ressalta que "o país necessita cada vez mais de políticas públicas que venham a distribuir e não concentrar renda". Ele lembra que "o Brasil ainda ocupa a condição vergonhosa de 12º país com a pior distribuição de renda do mundo".
"Está mais do que na hora de o Banco Central, além das metas de inflação, definir também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país", salienta Cordeiro.
A Selic começou a cair em agosto de 2012 - quando foi de 12,5% para 12% ao ano - e manteve a trajetória de queda até outubro do ano passado, quando foi de 7,50% para 7,25% ao ano. Nas três reuniões seguintes, em novembro de 2012, janeiro e março deste ano, o Copom optou por manter a taxa em 7,25% ao ano.
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