Caixa se nega a debater regras para retirada de funções gratificadas
Na negociação da mesa permanente com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, realizada nesta quarta-feira (17), em Brasília, a Caixa Econômica Federal manteve-se intransigente e não aceitou debater uma proposta para tornar mais transparentes os critérios para retirada de funções gratificadas dos empregados. O banco alegou que não possui uma ferramenta para avaliação de desempenho, o que a impede de definir regras para fazer descomissionamentos.
A apresentação de um estudo sobre a retirada de função estava prevista no acordo coletivo aditivo firmado com a Caixa no ano passado. Os representantes da empresa trouxeram apenas um relatório das movimentações em cargos de função ocorridas em 2012 e informaram que o entendimento do banco é de que não se faz necessário definir normas.
Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, protestou contra o posicionamento da Caixa. Segundo ele, é preciso explicitar que motivos podem levar a empresa a retirar a função e evitar que os empregados sejam alvo da decisão unilateral do gestor.
O representante dos empregados, que também é vice-presidente da Fenae, lembrou que essa questão foi objeto de negociação da campanha nacional de 2012, porque houve demanda por parte dos trabalhadores, que se sentem ameaçados por medidas tomadas com critérios desconhecidos.
"Nossa preocupação é salvaguardar os direitos dos trabalhadores e garantir que esses processos sejam transparentes, evitando o clima de insegurança que hoje acomete boa parte dos empregados detentores de funções", enfatizou. Para ele, as entidades sindicais continuarão pressionando a empresa para buscar uma solução.
Tesoureiros
Outra pendência do acordo coletivo debatida foi o plano de melhorias das condições de trabalho e de segurança dos tesoureiros. A empresa apresentou alguns encaminhamentos como a formação de turmas para fazer cursos de qualificação, que deverão ser iniciados até o final do mês de abril, sendo curso de 24 horas para tesoureiros e 12 horas para substitutos; criação do banco de habilitados para formação de tesoureiros, que já tem 8.057 inscritos, e uma proposta ainda em estudo de redução do tempo mínimo de empresa para substituir o tesoureiro, que passaria de um ano para seis meses.
A empresa informou que está dando continuidade a implantação dos corredores nas unidades para abastecer o autoatendimento e que por problemas de estrutura, houve dificuldade de instalação dos corredores em uma agência.
Jair questionou essa informação, argumentando que a CEE/Caixa tem recebido denúncias de que o problema persiste em um número maior de agências. A Caixa ficou de averiguar os problemas citados pelos representantes dos trabalhadores.
O coordenador da CEE/Caixa afirmou que a Contraf-CUT e os sindicatos permanecerão cobrando soluções para asobrecarga e as condições precárias de trabalho dos tesoureiros. "
Fonte: Contraf/CUT, com Fenae
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