Gestão de Pedro Guimarães na Caixa foi marcada por retaliações contra funcionários

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( Reprodução )
Gestão de Pedro Guimarães na Caixa foi marcada por retaliações contra funcionários
Bolsonaro e Pedro Guimarães: inquérito no MPT por conta dos desmandos no banco público

Dezenas de funcionários do banco que chegaram ao topo estão subaproveitados. Ações se dirigiam aos que exerceram postos de comando em governos anteriores e aos que tiveram algum atrito com Guimarães

A gestão de Pedro Guimarães na presidência da Caixa Econômica Federal foi marcada por atos de retaliações contra funcionários que exerceram postos de comando no banco durante governos anteriores e também contra funcionários que tiveram algum atrito com a alta direção. Guimarães deixou a presidência do banco em 29 de junho, após acusações de assédio sexual.

Por conta dessa postura da presidência do banco, dezenas de funcionários da Caixa Econômica Federal que chegaram ao topo da carreira estão lotados em agências bancárias ou subaproveitados. É o que aponta reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada nessa segunda-feira (18).

 

A reportagem encontrou ex-dirigentes com salários de até R$ 45 mil dividindo as mesmas funções com servidores recém-ingressados no banco que ganham cerca de R$ 3.000.

O caso está sendo investigado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Em um documento enviado ao órgão, a Caixa afirma que, só em Brasília, 123 funcionários foram transferidos da matriz para agências bancárias em um intervalo de 90 dias entre o final de 2020 e o começo de 2021.

 

Entidades sindicais que representam os bancários contestam a empresa e dizem que o contingente de transferidos é maior. Em fevereiro, o inquérito foi prorrogado por mais um ano.

Como os servidores exerceram os cargos anteriores por mais de dez anos, eles incorporaram os salários mais altos, mesmo desempenhando agora outras atividades. Em muitos casos, a Caixa também investiu na formação dos empregados hoje subaproveitados bancando cursos e certificações.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) apontaram ao MPT que as transferências foram feitas abruptamente, com “critérios discriminatórios” e falta de transparência.

As associações sindicais dizem ainda que, em alguns casos, as movimentações feitas pelo banco queriam forçar os funcionários mais antigos a deixar a empresa por meio do programa de desligamento voluntário.

Em nota, a Caixa disse que “realiza a movimentação interna de seus empregados conforme a legislação em vigor e observando as necessidades estratégicas do banco”. A empresa afirmou que é a maior instituição financeira do país em número de clientes e que os bons resultados são reflexo do trabalho dos 250 mil colaboradores, incluindo 87 mil empregados.

A empresa afirmou ainda que existem investigações internas em andamento, que o Conselho de Administração determinou a contratação de empresa externa e independente para verificar todos os casos e que o canal de denúncias é gerido por entidade externa, que se responsabiliza pela preservação da identidade dos denunciantes.

Confira a reportagem

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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